A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas convidou 398 novos membros para a organização, incluindo atores, estrelas da música e executivos. Se todos os convidados deste ano aceitarem a adesão, o número total de membros chegará a 10.817, com 9.375 elegíveis para votar no 96º Oscar — uma redução de 9.665 devido a mortes, aposentadorias e mudança para o status emérito.
Composta por 40% de mulheres, 34% da turma de 2023 pertence a comunidades étnicas/raciais sub-representadas e 52% vêm de 51 países e territórios fora dos EUA. Os ramos de direção de elenco, figurino, marketing/ relações-públicas e maquiagem e cabelo convidaram mais mulheres do que homens para participar. Os ramos de atuação e direção tiveram a maioria dos candidatos provenientes de comunidades étnicas e raciais sub-representadas.
Entre os indicados recente ao Oscar, estão nomes como Austin Butler, Paul Mescal, Stephanie Hsu e Kerry Condon. A lista também inclui muitos vencedores da cerimônia de 2023, como Ke Huy Quan, o diretor de fotografia James Friend, e os compositores M.M. Keeravani e Chandrabose. Sem indicações, a Academia estendeu os convites para a equipe de RRR, como os atores Ram Charan e N. T. Rama Rao Jr., o designer de produção Sabu Cyril e o diretor de fotografia K.K. Senthil Kumar.
Os cineasta Daniel Kwan, Daniel Scheinert, Colm Bairéad, Edward Berger, Antonio Campos, Lukas Dhont, Ana Katz e Santiago Mitre foram convidados para várias ramificações, mas só podem selecionar uma caso aceitem a associação.
Com a adição dos novos membros, a Academia agora é composta por 34% de mulheres, 18% de comunidades sub-representadas e 20% de fora dos EUA.
Falando em Oscar…
A Academia anunciou que o Conselho de Governadores votou para conceder Prêmios Honorários para a atriz Angela Bessett, o ator e cineasta Mel Brooks e a editora Carol Littleton, além de oferecer o Prêmio Humanitário Jean Hersholt para Michelle Satter, do Sundance Institute.
Os premiados receberão as estatuetas no 14º Governors Awards, evento realizado em 18 de novembro em Los Angeles. Em nota, a presidente da Academia, Janet Yang, afirma que o Conselho está “entusiasmado em homenagear quatro pioneiros que transformaram a indústria cinematográfica e inspiraram gerações de cineastas e fãs de cinema”.
Hora da mudança
Em mensagem enviada à liderança do SAG-AFTRA e ao comitê de negociação sindical, uma coalização com centenas de grandes nomes de Hollywood afirma que está pronta para fazer sacrifícios e alcançar um “acordo transformador” com os estúdios. A carta destaca que uma greve traz dificuldades, mas todos estão preparados para uma paralisação se for necessário.
Chamando 2023 de “ponto de inflexão sem precedentes em nosso setor”, o grupo afirma que o que pode ser considerado bom em qualquer outro ano, simplesmente não será o suficiente na negociação do novo contrato. O grupo acrescentou: “Sentimos que nossos salários, nosso ofício, nossa liberdade criativa e o poder de nosso sindicato foram prejudicados na última década. Precisamos reverter essas trajetórias.”
A mensagem surge poucos dias depois que a presidente do sindicato, Fran Drescher, e o diretor-executivo nacional e negociador-chefe Duncan Crabtree-Ireland anunciaram aos 160.000 membros do SAG-AFTRA que as negociações com a Alliance of Motion Picture and Television Producers foram “extremamente produtivas” até agora.
Atualmente, o sindicato e a AMPTP estão correndo contra o tempo para assinar um acordo, já que o contrato atual de TV e cinema vence hoje, 30 de junho. A carta manifesta especificamente o interesse em melhorias nas taxas mínimas de pagamento, no residual de streaming e provisões de exclusividade. Eles ainda pedem uma transformação das práticas de audição autogravadas e uma regulamentação da inteligência artificial.
“Este não é um momento para se encontrar no meio, e não é exagero dizer que os olhos da história estão sobre todos nós. Pedimos que você pressione por todas as mudanças de que precisamos e as proteções que merecemos e faça história. Se você não conseguir chegar até lá, pedimos que use o poder que lhe foi dado por nós, os membros, e junte-se ao WGA nas linhas de piquete.”
Antes das negociações começarem, os membros votantes do SAG-AFTRA autorizaram que os líderes sindicais convoquem uma greve se considerarem necessário.
É um pássaro? É um avião?
Depois de uma longa — e pública — busca, David Corenswet e Rachel Brosnahan serão as estrelas de Superman: Legacy, filme que lançará o novo universo DC nos cinemas. A dupla estava entre os seis atores que disputavam os papéis principais, com James Gunn realizando testes de tela no fim de semana de 17 de junho. Os testes também foram realizados por Nicholas Hoult e Tom Brittney como Clark Kent, além de Emma Mackey e Phoebe Dynevor também buscando o papel de Lois Lane.
Superman: Legacy está previsto para estrear nos cinemas em 11 de junho de 2025, com Gunn assumindo o roteiro e a direção do filme — as filmagens devem começar no início do próximo ano. A procura pelo elenco agora continuará por atores que assumam o papel de Lex Luthor e dos membros do grupo The Authority, que devem estrear em Legacy antes de estrelar o próprio filme.
Superman: Legacy será o primeiro projeto totalmente produzido sob o mandato de Gunn e Peter Safran, co-CEO da DC Studios ao lado do cineasta.
Leia mais sobre o futuro da DC na sessão Chapter 1:
Vende-se
Visando amenizar uma dívida de US$ 49,5 bilhões, a Warner Bros. Discovery está negociando para vender cerca de metade dos ativos de música de cinema e televisão por aproximadamente US$ 500 milhões. Embora não esteja claro exatamente quais ativos estão no pacote, uma fonte disse à Variety que os direitos de “pouco mais da metade” do catálogo provavelmente irão para uma grande gravadora, com a Sony liderando as conversas.
Acredita-se que o catálogo inclua músicas de filmes como Purple Rain, Evita, Rent, Casablanca e várias trilhas de filmes do Batman, além de muitos outros filmes. Porém, não está claro exatamente quais direitos estão em jogo. Fontes ainda contaram que o advogado Allen Grubman está supervisionando o acordo para David Zaslav, CEO da WDB.
Alguns observadores têm um olhar cético sobre o negócio, afirmando que muitos dos ativos da empresa têm mais de meio século, estão “declinando” em valor e são difíceis de explorar. Atualmente, o contrato está sob um acordo de administração de vários anos com a Universal Music Publishing.
Ainda sobre a Warner…
A Warner Bros. assinou um acordo com a Cinelytic para usar o sistema de gerenciado de projetos baseado em IA lançado no ano passado. Sob o novo acordo, a Warner usará os dados do sistema e análises preditivas para orientar a tomada de decisões no estágio de aprovação do projeto. A plataforma online integrada pode avaliar o valor de uma estrela em qualquer território e quanto se espera que um filme arrecade nos cinemas.
Segundo Tobias Queisser, fundador da Cinelytic, o sistema pode calcular em segundos o que costumava levar dias para ser avaliado por um ser humano. Entretanto, esse seria o problema do uso da tecnologia, que poderia tirar empregos e tornar humanos obsoletos em determinadas áreas da indústria.
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Nos vemos na próxima! Se cuidem e cuidem dos seus,
Júlia Gavillan