Warner Bros. e MGM fecham acordo de distribuição global
Ezra Miller finalmente buscando ajuda; novo Kung Fu Panda; o retorno de todas as categorias no Oscar; e mais...
Em comunicado de imprensa conjunto, a MGM anunciou que a Warner Bros. é a nova parceira de distribuição internacional. O novo pacto não inclui Bond 26, próximo filme da franquia James Bond; o drama histórico Till, novo filme de Chinonye Chukwu previsto para outubro; e Women Talking, dama dirigido por Sarah Polley previsto para dezembro. Como parte do acordo anterior de distribuição, a Universal Pictures distribuirá essas produções fora dos EUA.
O novo acordo foi organizado por Michael De Luca e Pamela Abdy, ex-líderes da MGM recentemente nomeados co-presidentes e CEOs da Warner Bros. Pictures Group. A parceria entre os estúdios começará com o thriller canibal Bones and All, próximo filme do cineasta Luca Guadagnino previsto para estrear em 23 de novembro.
Os termos entre MGM e Warner Bros. Picture Group incluem colaboração em marketing e propaganda, publicidade, distribuição de filmes e relações com expositores fora da América do Norte — incluindo a China. O acordo também inclui distribuição de entretenimento doméstico físico em todo o mundo em todos os filmes da MGM recém-lançados.
Sob o antigo contrato, a Universal ajudou a MGM a faturar na era pandêmica com filmes como Casa Gucci [2021], que ganhou US$ 100 milhões no exterior; e 007 - Sem Tempo para Morrer [2021], que arrecadou US$ 613 milhões internacionalmente.
Antes da Universal, a Sony Pictures Internacional distribuiu os quatro primeiros filmes de Daniel Craig como o espião mais famoso do mundo. Com o novo contrato, a Warner Bros. será responsável por Bond 27 e as futuras produções do personagem.
“Opção número 1, por favor”
Na última edição da newsletter, comentei sobre os planos da Warner Bros. Discovery para lidar com a bagunça envolvendo os escândalos públicos de Erza Miller. Veja a sessão Por falar em The Flash…:
Não demorou para Miller e seus representantes escolherem a opção mais segura para a vida pessoal e profissional do ator. Em declaração fornecida à Variety por um representante, Miller comentou sobre o comportamento dos últimos anos, que o levou a uma série de acusações de agressão e abuso. Afirmando que começou um tratamento contínuo, Miller disse que tem passado por um “período de crise intensa” e entende que está “sofrendo problemas complexos de saúde mental”.
“Quero pedir desculpas a todos que alarmei e aborreci com meu comportamento passado. Estou comprometido em fazer o trabalho necessário para voltar a um estágio saudável, seguro e produtivo em minha vida.”
Com uma longa lista de escândalos, recentemente Miller foi acusado de roubo em Vermont depois que a polícia estadual investigou um incidente envolvendo garrafas de álcool sendo retiradas de uma residência enquanto os proprietários não estavam presentes. O primeiro caso envolvendo o ator aconteceu em 2020 após uma gravação onde Miller aparece sufocando uma mulher do lado de fora de um bar na Islândia — nenhuma acusação foi apresentada.
Em 2022, Miller foi preso duas vezes no Havaí por conduta desordeira e assédio, pagando multa de US$ 500 e US$ 30 em custas judiciais. A acusação de assédio foi arquivada.
Acordo
Demorou, mas o SAG-AFTRA entrou em um acordo provisório a Alliance of Motion Picture and Television Producers sobre os períodos de exclusividade de atores. Uma questão discutida há anos, os contratos afetam atores de séries de televisão, impedidos de trabalhar em outros projetos entre temporadas por estarem presos aos programas. Segundo o sindicato, o problema se tornou mais intenso na era do streaming, com temporadas ficando mais curtas e atrasos longos entre elas.
O acordo provisório com a Motion Pictures Association — associação comercial estadunidense que representa os cinco maiores estúdios de cinema de Hollywood (mais a Netflix) — parece ter sido possível após o avanço do projeto de lei californiano AB 437. O projeto que visa eliminar os períodos de exclusividade dos contratos dos atores permite uma exceção para cláusulas acordadas na mesa de negociação. Essencialmente, mesmo que o projeto se torne lei, o acordo entre AMPTP e a SAG-AFTRA prevalecerá.
Inicialmente, a MPA se opôs ao projeto, afirmando que criaria problemas de agendamento e dificultaria a produção de várias temporadas de um programa. Agora que os dois lados chegaram a um consenso, possivelmente o projeto será abandonado.
Enquanto isso…
Esmagadoramente, o Conselho Nacional do SAG-AFTRA votou para aprovar um novo acordo de exclusividade de atores com a Netflix. O contrato provisório cobre roteiros, episódios dramáticos e produções de longas-metragens feitos pelo serviço de streaming.
Em comunicado, Fran Drescher, presidente da SAG-AFTRA, afirma que o novo acordo avança em “melhorias significativas” nas opções e termos de exclusividade, permitindo que atores com projetos curtos tenham mais liberdade para trabalhar em outros empregos.
Segundo o anúncio, o novo contrato garante uma “janela sem conflitos” de pelo menos três meses durante cada temporada, onde os artistas podem aceitar aparição permitida em outro programa ou rede sem a necessidade de confirmar disponibilidade e agendamento com a própria Netflix. O acordo foi enviado para os membros do sindicato para votação de ratificação.
O SAG-AFTRA também aproveitou para informar que a Netflix e o sindicato concordaram que o estúdio se unirá à unidade de “negociação multiempregador representada pela Alliance of Motion Picture and Television Producers”. Portanto, os futuros acordos da Netflix serão feitos simultaneamente com as negociações da AMPTP.
Novos donos da Terra média
A Saul Zaentz Co. vendeu a Middle Earth Enterprises, holding que detém todos os trabalhos de J.R.R. Tolkien, para o conglomerado de jogos sueco Embracer. Os direitos incluem filmes, livros, produções teatrais, videogames, parques temáticos e mercadorias de todas as obras literárias do escritor.
Nenhum valor foi revelado, mas as estimativas de pré-venda sugeriam que o valor das propriedades era de pelo menos US$ 2 bilhões. Os direitos serão alojados em uma subsidiária chamada Embracer Freemode.
Inicialmente, existia a expectativa de que uma empresa de Hollywood pudesse comprar a Middle Earth Enterprises, com a Amazon apontada como a principal concorrente para a aquisição. Entretanto, o conglomerado com sede em Karlstad, na Suécia, saiu vitorioso. Antes da compra, a Embracer já possuía licença para publicar jogos de tabuleiro e jogos de cartas baseados em O Senhor dos Anéis e O Hobbit.
Em 1976, o empresário Saul Zaentz, que faleceu em 2014, adquiriu uma série de direitos sobre as obras de Tolkien — incluindo adaptação cinematográfica. Entretanto, ficou de fora do acordo original o direito de produção de séries televisivas com mais de oito episódios. A brecha contratual permitiu que a Amazon negociasse diretamente com o espólio de Tolkien para a produção de O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder. Segundo a Variety, não está claro se a venda afetará a série, que estreia em setembro.
Essa é a segunda grande aquisição da Embracer nos últimos 12 meses. Em dezembro de 2021, o conglomerado comprou a empresa de quadrinhos independente Dark Horse por um valor não revelado.
Em notícias mais curtas…
O retorno (parte 4)
A Universal Pictures anunciou que está produzindo um quarto filme da franquia Kung Fu Panda para lançamento em 2024. O primeiro filme da franquia desde 2016 — a conclusão da trilogia planejada pela DreamWorks Animation —, a produção está prevista para estrear em 8 de março de 2024. Por enquanto, nenhum detalhe sobre a trama foi divulgado.
Kung Fu Panda se concentra na história de Po (Jack Black), um urso panda que vive em uma versão de fantasia da China antiga. No primeiro filme, o protagonista é escolhido para se tornar o Dragon Warrior, um profetizado mestre de kung fu. Nas sequências seguintes, Po treina com o sábio Mestre Shifu (Dustin Hoffman) e supera suas dúvidas para se tornar um verdadeiro herói.
Lançado em 2008, Kung Fu Panda foi o filme de animação original de maior bilheteria da DreamWorks, arrecadando US$ 631 milhões nas bilheterias globais. A franquia rendeu US$ 1,8 bilhão e gerou inúmeros especiais de TV e três séries animadas derivadas.
“Não imaginam o prazer que é estar de volta”
Meses após a decisão de remover oito estatuetas do Oscar em um — fracassado — esforço para encurtar a duração do show, tudo indica que a escolha será revertida com o apoio de um poderoso aliado.
Na primeira entrevista como novo CEO da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, Bill Kramer disse à a.Frame, revista digital da organização, que gostaria de ver “todas as disciplinas artísticas e científicas homenageadas no programa”. Controversa, a decisão de retirar categorias da transmissão ao vivo não alcançou o objetivo de diminuir o tempo da premiação, além de causar desconforto na indústria.
O executivo ainda afirmou que a Academia já está trabalhando com os parceiros Disney-ABC — donos dos direitos de transmissão da cerimônia — para a próxima cerimônia do Oscar, que acontecerá em 12 de março de 2023. Kramer também frisou que acredita ser “aconselhável” o Oscar manter produtores por vários anos, uma ideia que circula por Hollywood há algum tempo.
O retorno dos tijolos amarelos
Criador de Black-ish, Kenya Barris foi contratado para escrever e dirigir a releitura de O Mágico de Oz. Baseada no livro infantil homônimo de L. Frank Baum, todos os detalhes do projeto estão sendo mantidos em sigilo.
A trama original segue uma garota chamada Dorothy que mora em uma fazenda no Kansas. Varrida por um tornado, a jovem e seu cachorro Toto são enviados para a colorida Terra de Oz e precisam encontrar o Mago Oz para retornar para casa. No caminho, a dupla encontra um Espantalho, que precisa de um cérebro, um Homem de Lata sem um coração e um Leão Covarde que quer coragem.
Ao longo dos anos, inúmeros filmes e programas de televisão recontaram a história, sendo o musical estrelado por Judy Garland em 1939 a versão mais aclamada. Atualmente, a New Line também está produzindo uma releitura de O Mágico de Oz com direção de Nicole Kassell.
Mais sangue
A Lionsgate e a Twisted Pictures anunciaram que o próximo filme de Jogos Mortais estreia em 27 de outubro de 2023. Este será o décimo filme da franquia de sucesso de terror e suspense lançada em 2004.
Dirigido por Kevin Greutert, que dirigiu Jogos Mortais VI [2009] e Jogos Mortais: O Final [2010], nenhum detalhe sobre o enredo foi divulgado, mas o estúdio promete que o filme capturará “corações — e outras partes do corpo — dos fãs com novas armadilhas engenhosas e um novo mistério para resolver”. Além de dirigir os dois filmes, Greutert foi editor dos primeiros cinco filmes da franquia e Jogos Mortais: Jigsaw [2017].
Vale a pena a leitura:
A obra de Lee Pace (GQ)
Latinos transmitem mais do que qualquer outra pessoa, mas raramente estão na tela (Axios)
Ellen DeGeneres, Robert De Niro e Ed Helms lembram de Anne Heche: “Um espírito verdadeiramente épico, vibrante e um talento profundo” (THR)
Predador 35 anos depois: o produtor John Davis lembra como charutos, torradas de salmão defumado e caos criaram uma mega franquia de ação (Variety)
Preço da Disney sobe na era do nível de anúncio não tão barato (THR)
Porque os problemas da Warner Bros. Discovery vão além de Batgirl (THR)
Como o épico de ação da Índia RRR pode trazer a primeira indicação ao Oscar do país em 21 anos (Variety)
“Ou vai ser muito engraçado, ou eles vão ficar horrorizados”: uma história oral de Superbad (Vanity Fair)
Como o novo cinema queer moldou o boom do cinema independente dos anos 90 (Variety)
Academia pede desculpas a Sacheen Littlefeather por seus maus-tratos no Oscar de 1973 (Variety)
Esta semana, estou enaltecendo O Predador: A Caçada no Cinemático 315. Por enquanto, liberado apenas para assinantes. ;)
Até a próxima semana, se cuidem e cuidem dos seus,
Júlia Gavillan