Warner Bros. Discovery muda plano de fusão de serviços de streaming
Números trimestrais da Disney; nova política de preços da AMC; e mais...
De acordo com uma publicação do Wall Street Journal, os executivos da Warner Bros. Discovery mudaram os planos de fusão dos serviços de streaming do conglomerado. Inicialmente, a WBD planejava combinar a HBO Max e o Discovery+ em uma plataforma única este ano.
Apesar de manter a fusão, a empresa decidiu que o Discovery+ continuará como um serviço independente para cerca de 20 milhões de contas que já assinam a plataforma. Já o novo serviço de streaming contará com o conteúdo da HBO Max e parte da programação do Discovery, com alguns programas permanecendo exclusivos do Plus. No Brasil, o plano de fundir as duas plataformas continuará.
A mudança de última hora parece ter sido motivada pelo desinteresse dos assinantes do Discovery+ nos conteúdos da HBO Max, além da diferença de mensalidade entre as duas plataformas. Nos EUA, o Discovery+ custa US$ 4,99 por mês com anúncio, enquanto a programação sem anúncio custa US$ 6,99. Já a HBO Max custa US$ 9,99 com anúncio e US$ 15,99 sem propaganda. Com a fusão das plataformas, o preço do serviço deve aumentar.
O Wall Street Journal também pontua que a WBD planeja lançar o próprio FAST — televisão por streaming gratuito e com anúncios — no futuro. Recentemente, a empresa licenciou para o Tubi e The Roku Channel cerca de 2 mil horas de filmes e séries para futuros canais dedicados aos conteúdos do conglomerado.
Após a fusão entre as empresas, a WBD focou em atingir metas de cortes de custos, partindo para o cancelamento, não renovação e descarte de diversas produções da HBO e HBO Max, além de retirar conteúdos da biblioteca do streaming. A longa lista também contou com produções nunca lançadas, como o filme Batgirl.
Novos pesadelos
Prevendo o sucesso de Winnie-the-Pooh: Blood and Honey, o cineasta Rhys Frake-Waterfield afirmou que está planejando criar um universo inteiro repleto de adaptações sangrentas de histórias infantis. A versão macabra da história do Ursinho Pooh já arrecadou quase US$ 1 milhão em bilheterias no México antes da estreia global em 15 de fevereiro.
Ao lado do produtor Scott Jeffrey, Frake-Waterfield administra a produtora de terror de baixo orçamento Jagged Edge Productions e tem planos de reimaginar personagens conhecidos em versões assustadoras. Em 2022, o cineasta revelou estar desenvolvendo Neverland Nightmare, uma história macabra de Peter Pan baseada no livro de J.M. Barries; e Bambi: The Reckoning, uma versão assassina do cervo popularizado pela Disney.
Em entrevista ao THR, Frake-Waterfield diz que reconhece que a atual safra de ideias soa como uma “realidade alternativa da Disney”, mas o cineasta afirma que essa não é a intenção da dupla — essas versões são possíveis graças aos livros terem entrado em domínio público. Segundo Frake-Waterfield, existem muitas ideias que não estão ligadas à Disney, como contos de fadas antigos e lendas urbanas que ele deseja “transformar em uma realidade alternativa distorcida”.
Gangorra
Em reunião com acionistas, a Disney compartilhou os números do primeiro trimestre fiscal do conglomerado, com resultados que superaram as expectativas de Wall Street. O conglomerado registrou receita de US$ 23,5 bilhões, 8% a mais que no ano anterior, com receita operacional total de segmento de US$ 3 bilhões, uma queda de 7% em relação ao ano passado.
A área crítica da empresa continua sendo o streaming, com o Disney+ perdendo cerca de 2,4 milhões de assinantes em todo o mundo, chegando em um novo total de 161,8 milhões. Apesar dos números dos EUA e Canadá permanecerem essencialmente estáveis (46,6 milhões no primeiro trimestre), o Disney+ Hotstar teve uma queda acentuada de 6% — em 2022, a Disney perdeu a licitação para renovar os direitos de transmissão de críquete da Premier League na Índia. Operando nos EUA, o Hulu registrou um aumento de 2% no número de assinantes, enquanto o ESPN+ também conseguiu um aumento de 2%.
Apontando que o negócio de streaming é o futuro e está crescendo, o CEO Bob Iger salientou que a área não está gerando o “tipo de lucratividade ou os resultados que o negócio linear proporcionou para a empresa por décadas”.
A receita média por usuário (ARPU) do Disney+ também caiu ligeiramente, com a empresa atribuindo os números a mais assinantes se inscrevendo para ofertas em pacote — como o Disney Bundle ou o pacote Disney+ e Hulu.
Nuvens no céu…
Com Bob Iger retornando ao comando, a The Walt Disney Co. iniciou o processo de reestruturação organizacional do conglomerando, anunciando um corte de 7.000 empregos planejados. O número representaria pouco mais de 3% da força de trabalho global da empresa, com cortes maiores provavelmente acontecendo nas divisões de entretenimento e ESPN.
Na nova estrutura, o executivo desmantelou efetivamente o grupo Disney Media and Entertainment Distribution criado pelo ex-CEO Bob Chapek em 2020, colocando os negócios de filmes, TV e streaming sob comando da Disney Entertainment, liderada por Alan Bergman e Dana Walden.
A partir de agora, a Disney terá três divisões: Disney Entertainment; ESPN, que incluirá a rede de canais de televisão e o ESPN+ liderados por Jimmy Pitaro; e Parques, Experiências e Produtos, que terá as equipes de parques temáticos e produtos de consumo do conglomerado liderados por Josh D'Amaro.
Segundo Iger, as mudanças visam devolver autoridade aos líderes criativos da Disney e torná-los responsáveis pelo desempenho financeiro do conteúdo que produzem. A nova estrutura permitirá que as equipes criativas determinem qual conteúdo será produzido, como ele será distribuído, monetizado e comercializado — o CEO aproveitou para anunciar sequências de Toy Story, Frozen e Zootopia.
Pé no freio
Iger também aproveitou a reunião para anunciar que a Disney visa economizar US$ 3 bilhões em custos de conteúdo nos próximos anos. Apesar de manter os gastos no ano fiscal de 2023 “na faixa de US$ 30 bilhões”, a empresa planeja delinear uma estratégia de “melhor curadoria” para o conteúdo geral de entretenimento, tanto em termos de custos quanto de volume.
O plano da Disney é essencialmente examinar de perto os custos e a quantidade de produções que cria para cinema, televisão e streaming, além de explorar o licenciamento de conteúdo. Com o lançamento do Disney+ em 2019, o conglomerado começou a manter mais conteúdo interno e parou de licenciar a programação para hospedar esse conteúdo nos próprios serviços.
Em notícias mais curtas…
“Volta mais tarde”
Buscando de um acordo melhor, o Directors Guild of America anunciou que não negociará o novo contrato com os estúdios no início deste ano. A organização decidiu que as negociações não serão iniciadas até o vencimento do contrato atual em junho.
Em carta enviada aos membros do sindicato dos atores, Jon Avnet, Karen Gaviola, Todd Holland e Russ Hollander afirmaram que a organização só negociará quando acreditar que conseguiu o melhor acordo possível. O comunicado ainda enfatiza que os melhores acordos foram fechados quando negociados perto do vencimento do contrato.
Frisando que deseja que o novo acordo “reconheça e recompense” as contribuições do ramo para a indústria cinematográfica, o DGA espera que os estúdios abordem preocupações dos membros, incluindo salários, resíduos de streaming, segurança no trabalho, direitos criativos e diversidade.
Hmm… Que?
A AMC Theatres anunciou que adotará uma nova política de preços de ingressos com base em locais de assentos nas salas de cinema. A maior rede de cinema do mundo seguirá a mesma estratégia de preços de eventos esportivos, show de música e outros locais de entretenimento.
Dividindo as salas de cinema em sessões segmentadas pela linha de visão, o público agora escolherá entre as sessões criadas e pagará um valor maior dependendo da proximidade da tela. Com assentos no meio da sala custando mais caro, a nova política valerá em sessões após às 16h.
Nova comédia romântica
Em desenvolvimento na Amazon Studios, Andy Samberg e Jean Smart vão estrelar a comédia romântica 42.6 Years. A história criada por Samberg e co-escrita com o roteirista Seth Reiss terá direção do australiano Graig Gillespie, diretor de Cruella e Eu, Tonya.
A trama gira em torno de um jovem (Samberg) que, para salvar a própria vida, passa por um procedimento experimental no qual é congelado criogenicamente. Quando acorda fisicamente inalterado 42,6 anos depois, ele só pode recorrer a ex-namorada (Smart), agora mais velha que ele.
Além de atuar e escrever o roteiro, Samberg também produzirá 42.6 Years pela produtora Party Over Here, ao lado de Ali Bell — Gillespie também assumirá o trabalho de produção.
A volta de Ava <3
Novo filme de Ava DuVernay, a adaptação cinematográfica Castle anunciou Audra McDonald e Myles Frost no elenco. A produção conta com Aunjanue Ellis, — anteriormente anunciada para o papel principal —, Niecy Nash, Vera Farmiga, Nick Offerman, Connie Nielsen, Jon Bernthal e Jasmine Cephas-Jones.
Escrito e dirigido por DuVernay, o filme é baseado no livro Caste: The Origins of Our Discontent, escrito por Isabel Wilkerson. O livro de não ficção é contado através de várias histórias da vida real e examina como os EUA, ao longo de sua história, foi moldado pelo sistema de castas, uma hierarquia humana que remonta a gerações, mas ainda afeta os dias atuais.
Vale a leitura:
Dave Bautista quer estar em uma comédia romântica. Então, por que ele não está em uma? (Daily Beast)
Steven Soderbergh fala sobre sexo, super-heróis e seu fandom de Below Deck (Rolling Stone)
Harrison Ford: “Eu sei quem f********** eu sou” (THR)
O “Ano de Eficiência” das Big Tech ainda não chegou para gastos com conteúdo (THR)
Gina Prince-Bythewood sobre o fechamento do Oscar de A Mulher Rei: “Esta temporada de premiações abriu os olhos” (THR)
Aumento de preços dos assentos dos cinemas AMC: uma aposta arriscada em um momento perigoso (THR)
O final de The Last of Us poderia vencer o Oscar nas classificações? Separamos os números (LA Times)
Porque o final do filme Batem à Porta é “muito mais sombrio” do que o livro (LA Times)
Daisy Ridley fala sobre o indie Sometimes I Think About Dying, produção e seu futuro em Star Wars (THR)
“Isso pode acabar com a [minha] carreira”: Elizabeth Banks arrisca tudo pelo sangrento como Cocaine Bear (Variety)
Steven Soderbergh não pode desistir (Vulture)
M. Night Shyamalan diz que experimentou altos e baixos de Hollywood muitas vezes (THR)
Como Perder um Homem em 10 Dias revolucionou as comédias românticas — e inspirou uma onda de jornalistas do sexo feminino (IndieWire)
Achados da Amazon*:
*Comprando pelo link, recebo uma pequena comissão que não interferirá no valor do produto.
Até a próxima semana, se cuidem e cuidem dos seus,
Júlia Gavillan