Warner Bros. abre mão dos direitos cinematográficos de Akira
Produtores e talentos estariam se organizando para apresentar propostas para nova aquisição.
Após mais de duas décadas desenvolvendo uma versão live-action do clássico japonês de ficção científica Akira, a Warner Bros. abriu mão dos direitos cinematográficos. Os direitos retornaram para a Kodansha, a editora de mangás que lançou a história cyberpunk pós-apocalíptica de Katsuhiro Otomo em 1982. Atualmente, produtores e talentos estariam se organizando para apresentar propostas para a editora com o foco em estúdios e streamers selecionados.
A Warner adquiriu os direitos cinematográficos em 2002 e contratou Stephen Norrington, o cineasta de Blade [1998], para dirigir uma adaptação que teria produção de Jon Peters. Com o fracasso de A Liga Extraordinária [2003], o projeto nunca foi para frente e, ao longo dos anos, o estúdio gastou milhões — bem acima dos oito dígitos — no desenvolvimento de diferentes abordagens. A Legendary chegou a ser contratada para o cofinanciar a adaptação, com nomes como Leonardo DiCaprio e Jennifer Davisson citados como produtores.
Muitos roteiristas e diretores entraram e saíram do projeto, incluindo Gary Whitta, Mark Fergus, Hawk Otsby, Steve Kloves, Allen e Albert Hughes e Jaume Collet-Sera. Até mesmo artes conceituais de Tommy Lee Edwards, Chris Weston, Ray Lai e muitos outros foram encomendadas e arquivadas.
Com tantos colaboradores, o projeto enfrentou diversas batalhas, incluindo orçamentárias, culturais — em determinado momento, Neo Tokyo se tornou New Manhattan — e acusações de branqueamento de enredo e personagens. Em 2012, a Warner chegou a fechar os escritórios de produção em Vancouver para repensar o projeto. Na época, ele tinha um orçamento de US$ 90 milhões e Garrett Hedlund, protagonista de Tron: O Legado [2010], foi contratado para estrelar. Nomes como Kirsten Stewart, Helena Bonham-Carter e Ken Watanabe estavam em negociações para a produção.
A última tentativa do estúdio foi em 2017, com a contratação de Taika Waititi para escrever e dirigir uma versão. O projeto, que buscava um elenco totalmente japonês, conseguiu créditos fiscais para filmes na Califórnia e tinha a data de lançamento para 21 de maio de 2021.
Com Waititi cada vez mais ocupado com Jojo Rabbit [2019], o roteiro de Thor: Amor e Trovão [2022] e até dirigido um episódio de The Mandalorian, o cronograma continuou mudando e, mais tarde, o cineasta se afastou de Akira e nunca mais se comprometeu com a produção. Desde então, a adaptação permaneceu sem novidades.
Ambientado em uma Tóquio pós-apocalíptica, Akira conta a história de um adolescente chamado Tetsuo, que faz parte de uma gangue de motoqueiros e descobre ter poderosos poderes telecinéticos que ameaçam o mundo. A única pessoa que parece capaz de deter o adolescente é Kaneda, seu amigo de infância e líder de gangue.
Indicação
Segundo a Variety, Kathleen Kennedy, presidente da Lucasfilm, entrou em contato com alguns membros selecionados do conselho da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas para que Bob Iger, CEO da Disney, receba um Oscar Honorário.
Todas as filiais da Academia têm se mantido ativas nas últimas semanas, reunindo-se para conversar sobre novas questões de filiação, e a executiva teria aproveitado a oportunidade para pressionar os membros sobre o assunto.
Embora poucos na indústria cinematográfica questionem o mérito de Iger em receber o prêmio, alguns membros do conselho têm se mostrado reticentes quanto à imagem que a homenagem passaria. Com a Disney sendo dona da ABC, parceira de transmissão de longa data do Oscar, esses membros consideram que isso representaria um conflito de interesses.
Além disso, outros observaram que a Academia está em negociações com a emissora para renovar seu contrato de licenciamento para além de 2028 — que marcará a 100ª cerimônia do Oscar. De acordo com duas pessoas familiarizadas com o processo, Iger não tinha conhecimento do pedido de Kennedy e teria solicitado que ela desistisse da ideia. É normal que membros da Academia façam lobby em nome de candidatos honorários ao Oscar.
Atualmente, o futuro de Kennedy na Lucasfilm é alvo de muitas especulações. A própria Variery informou que ela retornaria à produção quando seu contrato como a presidente expirar em 2025, com outras reportagens afirmando que ele sairia antes. Por outro lado, em uma entrevista dada ao Deadline, a executiva afirma que vem trabalhando em um plano de sucessão há anos, mas não planeja deixar o cargo tão cedo e muito menos se aposentar.
A própria Kennedy recebeu um Irving G. Thalberg Memorial Award no Governors Awards em 2018, ao lado de Frank Marshall, seu parceiro de trabalho e vida.
Venda
Donos da editora de revistas Condé Nast, a família Newhouse vendeu pouco mais da metade de sua participação na Warner Bros. Discovery, encerrando efetivamente uma parceria que durou décadas. Revelado em um documento com a Comissão de Valores Mobiliários, a venda de 100 milhões de ações da empresa em uma venda em bloco por US$ 10,97 cada ação está avaliada em cerca de US$ 1,1 bilhão.
O documento afirma que a venda visa “proporcionar flexibilidade financeira” para apoiar os planejamentos patrimoniais do grupo. A venda do bloco foi realizada em 30 de junho e, após o acordo, a família ainda detém mais de 98 milhões de ações da WBD. A venda também coloca a família abaixo do limite de 5% de relatório da SEC — agência que protege investidores de má conduta —, o que significa que ela não precisará mais divulgar publicamente suas participações, dando-lhe a flexibilidade de vender quando quiser.
A família Newhouse foi uma das primeiras investidoras da Discovery Communications e, quando a Discovery se uniu à WarnerMedia, emergiu desse acordo como a maior acionista da empresa combinada, detendo uma participação de mais de 8%. Eles também tinham dois membros do conselho da WBD, Steven Newhouse e Steve Miron, mas eles se afastaram de seus cargos na empresa no ano passado, após receberem consultas do Departamento de Justiça dos EUA sobre uma investigação da Lei Clayton. Resumidamente, a Lei Clayton é uma parte da lei antitruste dos EUA que busca prevenir práticas anticompetitivas.
Atualmente, a WBD está em processo de cisão, com HBO, HBO Max e os estúdios de TV e cinema formando um negócio liderado pelo CEO David Zaslav, enquanto os antigos canais a cabo da WarnerMedia e Discovery formando outra empresa liderada por Gunnar Weidenfels. Se o processo for finalizado, os atuais acionistas da WBD receberiam ações de ambas as empresas depois que a divisão entrar em vigor em 2026.
Retornos
Entrando em produção, a sequência de O Diabo Veste Prada contará com os retornos de Anne Hathaway, Meryl Streep, Emily Blunt e Stanley Tucci, com Kenneth Branagh entrando no elenco. Segundo o THR, as filmagens estão programas para acontecerem em Nova York e na Itália.
Os detalhes do enredo da sequência não foram confirmados, mas a história supostamente acompanha Miranda Priestly (Streep) enquanto ela navega por sua carreira em meio ao declínio da publicação tradicional em revistas. Ela enfrenta a personagem de Blunt, sua ex-assistente, que agora é uma executiva influente de um grupo de luxo com verbas publicitárias das quais Priestly precisa desesperadamente.
Devil Wears Prada 2 está previsto para estrear nos cinemas dos EUA em 1º de maio de 2026.
Direto das páginas
Com roteiro de Minnie Schedeen, Cynthia Erivo estrelará a adaptação do thriller de ação e ficção científica Saturation Point para a Universal. Erivo também produzirá através de sua produtora Edith's Daughter, que tem um acordo de preferência com o estúdio. Michael Bay e Brad Fuller, da Platinum Dunes, também atuação como produtores do filme, que terá Alex Ginno como produtor executivo e supervisor do projeto.
Escrito por Adrian Tchaikovsky, o livro de 2024 se passa em um momento em que a Terra tem uma zona tão quente e úmida que dificulta a sobrevivência humana. Enquanto a protagonista Dra. Jasmine Marks lidera uma missão de busca e resgate, ela descobrirá que a zona é muito mais mortal do que se pensava inicialmente. Além disso, seus chefes podem não estar dizendo a verdade e nem todas as formas de vida inteligente na zona são necessariamente humanas.
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Conhece o podcast Mais Que um Filme? Lá conto histórias sobre bastidores de produções de filmes, gêneros e pessoas importantes para a indústria cinematográfica. No último episódio, contei a história da produção de Hércules, animação da Disney lançada em 1997. Disponível em todas as plataformas digitais e agregadores.
Se cuidem e cuidem dos seus,
Júlia Gavillan