Trabalhadores de efeitos visuais votam pela sindicalização na Marvel
Disney+ perdendo assinantes; receita da Sony caindo; e um tico mais...
Segundo a International Alliance of Theatrical Stage Employees, as equipes de efeitos visuais da Marvel Studios entraram com um pedido para uma eleição de sindicalização com o National Labor Relations Board. A organização trabalhista informou que uma equipe com cerca de mais de 50 funcionários da Marvel assinou cartões de autorização indicando que deseja ser representada pelo sindicato.
Estes são profissionais de VFX empregados diretamente pela Marvel e geralmente trabalham em Atlanta, Los Angeles e Nova York. A lista não inclui os milhares de artistas VFX que trabalham nas produções da Marvel por meio de estúdios de efeitos visuais terceirizados. Segundo o THR, a Marvel não reconheceu voluntariamente o esforço para a representação sindical e não respondeu ao pedido de comentário do site.
A indústria de efeitos visuais não é sindicalizada desde que Star Wars inaugurou a era moderna de VFX no final da década de 1970. Há uma década, o setor explorou uma potencial sindicalização após a falência da Rhythm & Hues, empresa de efeitos especiais que trabalhou em As Aventuras de Pi [2012] antes de entrar em leilão. Um setor extremamente explorando desde então, os trabalhadores de VFX buscam novamente a garantia de proteções e benefícios já assegurados por outras categorias da indústria cinematográfica.
Nesta fase, não está claro em qual IATSE Local esses artistas trabalhariam, ou se um novo Local seria formado. Local é denominação de uma organização sindical geralmente nacional. No caso da IATSE, a aliança representa virtualmente todos os trabalhadores de bastidores em ofício, desde animadores de cinema até a recepcionista de cinema/teatro.
O atual esforço de coletivização ocorre após meses de tumulto na área. Em março, a Marvel demitiu Victoria Alonso, responsável por supervisionar os efeitos visuais do estúdio — a saída da executiva foi causada por questões não relacionadas a essas funções. O estúdio também enfrentou uma enxurrada de manchetes negativas com profissionais anônimos de VFX reclamando de condições insustentáveis, incluindo longas horas de trabalho sem proteção, garantias ou igualdade salarial.
Queda
A Sony Corp. divulgou os resultados financeiros do primeiro trimestre, com a receita da divisão da Sony Pictures caindo ligeiramente para US$ 2,3 bilhões, uma queda de 6%. Com um lucro líquido de US$ 115 milhões (16 bilhões de ienes) no primeiro trimestre fiscal, o estúdio registrou uma queda de 68% em relação aos US$ 394 milhões (50,7 bilhões de ienes) reportados durante o mesmo período em 2022.
Enquanto as vendas teatrais aumentaram, a receita de novas séries de TV e licenciamento de streaming caiu, além dos custos promocionais também terem aumentado. A previsão de lucro da Sony Pictures para o ano fiscal atual — que termina em março de 2024 — é de 120 bilhões de ienes, inalterada em US$ 835 milhões nas taxas de câmbio atuais.
Por enquanto, a maior bilheteria do estúdio no ano é Homem-Aranha: Através do Aranhaverso, animação lançada no início de junho que arrecadou mais de US$ 683 milhões globalmente. Recentemente, o estúdio reorganizou o calendário e adiou o lançamento de diversas produções devido à greve dos roteiristas e atores.
Já?
Ainda inédito do Brasil, a A24 já está providenciando a sequência de Talk to Me, terror dirigido pelos irmãos Danny e Michael Philippou. Intitulado Talk 2 Me, o filme será escrito por Danny Philippou e Bill Hinzman e novamente dirigido pelos irmãos Philippou, que começaram a carreira fazendo filmes de comédia de ação e terror no YouTube.
Exibido no Midnight Selections, Talk To Me estreou no Sundance Film Festival e foi escolhido pela A24 após a exibição. O filme acompanha a adolescente Mia (Sophia Wilde) que, na data da morte da mãe, se reúne com os amigos para uma sessão espírita. As coisas tomam um rumo sombrio quando as fronteiras entre os mundos entram em colapso e Mia é assombrada por visões sobrenaturais.
Cinema <3
Após reformas e atualizações, a Netflix está reabrindo o Paris Theatre, icônico cinema de Nova York fechado em 2019 e resgatado pela empresa de streamer. Agora, o cinema conta com um novo sistema de som Dolby Atmos e a tecnologia necessária para reproduzir filmes de 70 mm pela primeira vez no local em mais de 15 anos.
Para celebrar a ocasião, o Paris Theatre apresentará Big & Loud, um programa que terá clássicos de todas as décadas com produções em 70mm, incluindo Lawrence das Arábias [1962], Playtime [1967], 2001: Uma Odisseia no Espaço [1968], Top Gun [1986], Baraka [1992], Roma [2018] e Era uma Vez em Hollywood [2019].
Para explorar o novo sistema de som, o programa inclui filmes como Apocalypse Now: Final Cut [1979], Blade Runner: Final Cut [1982], Matrix [1999], Mad Max: Estrada da Fúria [2015], Um Lugar Silencioso [2018], Destacamento Blood [2020] e Memoria [2021] — que nunca foi exibido no Atmos.
O cinema ainda exibirá A Conversação [1974] — em 35mm —, Um Tiro na Noite [1981], La Ciénaga [2001], I Am Trying To Break Your Heart: A Film About Wilco [2001] e Homecoming [2019].
Assim como faz com o The Egyptian em Los Angeles, a Netflix planeja usar o Paris Theatre para exibir os próprios filmes originais e sediar eventos especiais, retrospectivas e aparições de cineastas ao longo do ano. Com mais de 500 lugares, o Paris é agora o maior cinema Dolby Atmos em Manhattan e também o único de tela única remanescente na cidade.
Fundado em 1948, o cinema originalmente mostrava títulos franceses e, nos anos subsequentes, a lista de produções aumentou e outros filmes de língua não-inglesa foram exibidos.
Números
Em uma teleconferência com analistas de Wall Street, a Walt Disney Co. divulgou que o Disney+ Hotstar perdeu 12,5 milhões de assinantes no terceiro trimestre fiscal. Anteriormente, os executivos da empresa já haviam alertado Wall Street que o cancelamento de assinaturas atingiria o Disney+ Hotstar após o conglomerado de mídia perder os principais direitos esportivos na região.
Em outras partes do mundo, o Disney+ obteve um ganho de 800 mil assinantes, apesar de perder 300 mil assinantes nos EUA e no Canadá. Por outro lado, o Hulu — que passará de US$ 14,99 para US$ 17,99, enquanto o Disney+ sairá de US$ 10,99 para US$ 13,99 por mês nos EUA —, ganhou 300 mil assinantes.
Para o trimestre, a Disney superou as metas de Wall Street em lucro por ação, mas ficou aquém na receita. O conglomerado registrou receita total de US$ 22,3 bilhões, 4% a mais que no trimestre do ano anterior, e receita operacional de US$ 3,6 bilhões, uma queda de 6%.
Sobre os planos atuais da Disney, o CEO Bob Iger deixou claro que a empresa está focada em “racionalizar o volume de conteúdo” que produzem, além de analisar os gastos e os mercados que investem.
Até 2024
Depois de muito diálogo entre a Television Academy e a Fox, o Emmy Awards 2023 foi reagendado para 15 de janeiro de 2024. A premiação acontecerá quase cinco meses após a última votação, que continua ocorrendo conforme programado, apesar das greves do WGA e SAG-AFTRA — a rodada final começa em 17 de agosto e termina em 28 de agosto.
Falando em greve…
Em email enviado aos membros, o Writers Guild of America informou que Carol Lombardini — presidente da AMPTP — pediu que o Comitê de Negociação do sindicato se reunisse novamente com os negociadores dos estúdios hoje, 11 de agosto. O retorno às negociações formais foi anunciado quase uma semana depois que os dois lados realizaram uma infrutífera reunião exploratória.
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Nos vemos na próxima! Se cuidem e cuidem dos seus,
Júlia Gavillan