Produtora de Matrix entra com pedido de proteção contra falência
Village Roadshow pronta para fechar as portas
A Village Roadshow Entertainment Group entrou com pedido de proteção contra falência no Tribunal de Falências dos EUA. No processo, a empresa de produção e financiamento de filmes enquadrou sua disputa de arbitragem em andamento com a Warner Bros. sobre Matrix Resurrections [2021] como um ponto de virada nas finanças.
A produtora entrou com uma ação de quebra de contrato depois que a Warner lançou o filme da franquia no Max no mesmo dia em que foi lançado nos cinemas, custando à empresa US$ 18 milhões em honorários advocatícios — e a conta continua aumentando.
Segundo o processo, a Village Roadshow acredita que, mesmo se a questão for resolvida com a gigante de mídia, a empresa “dizimou irreparavelmente” o relacionamento de trabalho entre Warner e produtora. O documento aponta que o relacionamento prolífico de coprodução e cofinanciamento compreendia a vasta maioria dos negócios da Village Roadshow, erradicando o fluxo de renda potencial da empresa. Além da franquia Matrix, as empresas trabalharam juntas em Dia de Treinamento [2001], Onze Homens e um Segredo [2001], Uma Aventura Lego [2014], Coringa [2019] e Wonka [2023].
Em um e-mail de 2021 para Kevin Berg, o conselheiro geral da Village Roadshow, o vice-presidente sênior da Warner Bros. Television, Dave Brown, escreveu que o estúdio “não poderá prosseguir com nenhum projeto com a Village Roadshow como cofinanciadora”. Brown ainda acrescentou que a Warner convida as empresas que são coproprietárias de direitos subjacentes “a funcionar como uma empresa de produção de nível A”, mas não significava que a Village Roadshow seria a melhor opção para produtores.
A recusa da Warner em desenvolver projetos com a Village Roadshow deixou uma parte da propriedade intelectual da empresa parada. Então, a empresa optou em processar o estúdio e buscar uma ordem judicial que forçaria a Warner a incluí-la em pelo menos 15 projetos em desenvolvimento, entendendo que eles foram ilegalmente excluídos das produções.
O processo também indica que a empresa havia recrutado o banco de investimentos Goldman Sachs para aconselhá-los sobre uma possível venda no ano passado e surgiu um comprador interessado, mas a questão jurídica com a Warner “sufocou a capacidade de fechar a transição”.
Com o pedido de falência, a biblioteca da Village Roadshow entrará no mercado, incluindo a propriedade de vários direitos autorais. A própria Warner poderia surgir como uma licitante dessa biblioteca. Por enquanto, a cofinanciadora fechou um acordo provisório para vender sua propriedade intelectual para a empresa de investimentos Content Partners por US$ 365 milhões, um valor considerado inicial. Segundo a própria Village Roadshow, eles estão recebendo lances maiores que, segundo os advogados da produtora, também podem vir da Alcon Entertainment, coprodutora de Blade Runner 2049.
Após meses difíceis — o CEO Steve Mosko renunciou ao cargo no início deste ano e muitos funcionários foram demitidos —, a empresa está operando apenas com uma equipe mínima. No ano passado, o Writers Guild of America adicionou a Village Roadshow à sua lista de greve após a empresa não pagar os escritores, ressaltando as dificuldades financeiras da produtora.
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Nova versão
A Columbia Pictures está planejando um novo filme de Tropas Estelares, com Neill Blomkamp contratado para dirigir e escrever a adaptação do clássico de ficção científica homônimo de Robert A. Heinlein lançado em 1959.
Tropas Estelares acompanha uma guerra interestelar entre a Terra e uma série de alienígenas semelhantes a insetos, focando na ascensão de um militar chamado Johnny Rico. Blomkamp também produzirá o novo longa ao lado da esposa e parceira Terri Tatchell.
Essa não será a primeira adaptação do livro para o cinema. Em 1997, Paul Verhoeven dirigiu uma produção que satirizava e exagerava o nacionalismo presente na obra original e destacava influências nazistas — apesar de ter bastante impacto na literatura de ficção científica, alguns descrevem Tropas Estelares como uma obra fascista.
Vai voltar
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciou que Conan O’Brien retorna como apresentador da 98ª transmissão do Oscar, que acontecerá em 15 de março de 2026. Os produtores executivos Raj Kapoor e Katy Mullan e os produtores Jeff Ross e Mike Sweeney também retornam ao trabalho no próximo ano.
Além de críticas positivas, o Oscar 2025 apresentado por O’Brien atraiu uma alta de cinco anos em espectadores totais (19,69 milhões) e adultos de 18 a 49 anos (classificação de 4,54). A cerimônia foi classificada como a transmissão de entretenimento televisivo número 1 no horário nobre em espectadores totais e adultos para a temporada 2024-25.
A cerimônia também gerou 104,2 milhões de interações sociais totais, se tornando o programa de TV norte-americano mais socializado da temporada, superando o Grammy (102,2 milhões) e o Super Bowl (62,4 milhões) pela primeira vez.
(mais um) Remake
Jenna Ortega e Taylor Russell estão em negociações para estrelar um remake de Mulher Solteira Procura, lançado originalmente em 1992. Elizabeth Gabler, fundadora da joint venture 3000 Pictures com a Sony Pictures e a HarperCollins, tem planos para refazer o drama de terror estrelado por Bridget Fonda e Jennifer Jason Leigh.
Baseado no livro de John Lutz lançado em 1990 intitulado SWF Seeks Same, o filme original foi dirigido por Barbet Schroeder e co-escrito por Don Roos e o próprio Lutz. Na primeira adaptação, Fonda interpretou Allison, uma mulher que acolhe Hedra (Leigh) como colega de quarto sem saber que abriu sua casa para uma perseguidora aterrorizante.
Espera-se que Russell e Ortega estrelem e produzam o novo projeto.
Com os dois pés na DC
Colin Farrell está em negociações para retornar ao universo DC com Sgt. Rock, filme de ação ambientado na Segunda Guerra Mundial dirigido por Luca Guadagnino.
Recentemente, foi noticiado que Daniel Craig oficialmente se afastou do projeto para trabalhar em Nárnia, filme produzido pela Netflix com direção de Greta Gerwig. No entanto, James Gunn e Peter Safran, chefes da DC Studios, afirmaram que nenhuma oferta havia sido feita.
Criado por Robert Kanigher e Joe Kubert, Sgt. Rock é um soldado da Segunda Guerra Mundial que apareceu pela primeira vez nos quadrinhos em 1959. Se Farrell entrar para o elenco da produção, ele assumirá o papel do líder da Easy Company, uma unidade de combate que luta contra nazistas na Europa.
Sem previsão de lançamento, Sgt. Rock tem roteiro de Justin Kuritzkes, que trabalhou com Guadagnino em Challengers [2024] e Queer [2024].
Terror
Darren Aronofsky está em negociações para dirigir Cujo, adaptação do livro homônimo escrito por Stephen King lançado em 1981. Produtor de outras adaptações de King, como A Hora do Vampiro [2024] e It - a Coisa [2017], Roy Lee produzirá o projeto desenvolvido pela Netflix.
O livro conta a história de uma família de classe média chamada Trenton, focando em uma mãe e seu filho propenso a convulsões. Um dia, um cão São Bernardo conhecido como Cujo, que pertence à outra família, se distrai perseguindo um coelho e acaba sendo mordido por um morcego. A partir daí, o doce animal se torna violento e aterroriza os moradores.
Por enquanto, o projeto não tem roteirista e nem elenco anunciado. Em 1983, a história foi adaptada aos cinemas por Lewis Teague e se tornou um sucesso modesto de bilheteria — o filme foi a quarta melhor bilheteria de terror daquele ano.
Viva!
A Ketchup Entertainment está em negociações com a Warner Bros. para adquirir os direitos de Coyote vs. Acme, filme que teve o lançamento cancelado com a justificativa de “dedução fiscal”.
Segundo o THR, as partes estão discutindo um acordo de aproximadamente US$ 50 milhões há algum tempo, mas não está claro se a aquisição será finalizada. Caso a compra seja efetuada, o filme, que custou US$ 70 milhões, estrearia nos cinemas em 2026.
Recentemente, a Ketchup lançou nos cinemas The Day the Earth Blew Up: A Looney Tunes Movie (Looney Tunes: O Filme: O Dia Que a Terra Explodiu), outro filme que a Warner descartou pronto — diferente de outros filmes cancelados, o estúdio decidiu vender a animação.
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Minha amiga legal Michelle (Vulture)
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