Potências do terror, Atomic Monster e Blumhouse estão próximas de fusão
Hasbro pronta para vender divisão de cinema e TV; novo filme de O Diário da Princesa; e mais...
Duas potências do cinema de terror, James Wan e Jason Blum estão em negociações para fundir a Atomic Monster e Blumhouse em uma única empresa. Segundo o THR, as conversas já estão avançadas e as empresas operariam como selos separados, cada um mantendo a própria autonomia criativa e identidade de marca.
Se a fusão for realizada, insiders dizem que a Atomic Monster teria um acordo inicial com a Universal Pictures. Atualmente, a Blumhouse mantém um acordo inicial com o estúdio e o futuro parceiro seguiria os passos da empresa de Blum. Recentemente, a Atomic Monster encerrou um acordo com a Warner Bros., estúdio onde Wan lançou a franquia bilionária Invocação do Mal e está trabalhando na pós-produção de Aquaman e o Reino Perdido. Com o fim do contrato, Hollywood estava de olho nos próximos passos do cineasta.
O THR também aponta uma expansão no mercado de videogames, experiências ao vivo e áudio — setores que interessam aos produtores — como outro aspecto importante da união das duas empresas. A Blumhouse faz parte da colaboração plurianual da Meta e da NBCUniversal para trazer franquias para o Metaverso. Enquanto isso, as produções de Wan frequentemente se tornam atrações temáticas de Halloween e experiências de realidade virtual.
Wan e Blum trabalharam juntos em Sobrenatural [2007], um dos filmes de terror mais lucrativos feitos neste século que iniciou uma franquia bem-sucedida. Atualmente, a dupla se uniu para produzir M3GAN, filme dirigido por Gerard Johnstone previsto para estrear em janeiro de 2023 — M3GAN será distribuído pela Universal.
Meses antes do lançamento, M3GAN se tornou um imenso sucesso nas mídias sociais, após a publicação de um vídeo de dança de M3GAN, uma boneca realista que começa a ganhar vida própria. As postagens relacionadas ao filme passaram de 521,2 milhões de visualizações no TikTok, de acordo com a Blumhouse.
Liberação
Escolha do Paquistão para o Oscar de melhor longa-metragem internacional, o país suspendeu a proibição ao drama Joyland. Vencedor do Un Certain Regard no Festival de Cannes deste ano, a produção foi previamente aprovada para lançamento amplo no Paquistão, mas proibida pelo Ministério da Informação e Radiodifusão apenas uma semana antes da estreia.
Escrito e dirigido por Saim Sadiq, Joyland traz uma história de amor entre um homem casado e uma mulher transexual. A narrativa gerou polêmica entre alguns conservadores do país de maioria muçulmana, que organizaram uma campanha nas mídias sociais alegando que o filme violava os valores sociais paquistaneses e islâmicos.
Apesar da liberação, Joyland passará por alguns cortes dos censores locais. Salman Sufi, assessor do primeiro-ministro Shahbaz Sharif, descreveu os cortes como “menores”, mas não detalhou quais cenas serão alteradas. Sufi foi uma das figuras que se posicionou abertamente contra a proibição, afirmando que “a liberdade de expressão é um direito fundamental e deve ser nutrida nos âmbitos da lei.”
Embora o Paquistão tenha introduzido recentemente uma nova lei que protege os direitos de pessoas transexuais — a decisão da Suprema Corte os designa como um “terceiro gênero” —, ainda existe perseguição e estigma social extremo no país.
Se a proibição fosse mantida, as chances de Joyland no Oscar seriam ameaçadas segundo as regras da organização. Para garantir qualificação na premiação, todos os filmes internacionais devem ter uma exibição nos cinemas por um período mínimo de sete dias no país de origem ou em outra localidade. Para evitar problemas, a distribuidora francesa Condor Films afirmou que daria ao filme um lançamento adequado nos cinemas franceses a partir de 18 de novembro — o filme está previsto para ter um lançamento amplo na França em dezembro.
Vende-se
Apenas três anos após a aquisição, a Hasbro colocou a unidade de filmes e televisão da Entertainment One à venda. Em comunicado assinado por Chris Cocks, CEO da Hasbro, a decisão de explorar um processo de venda foi tomada após o mais recente Dia do Investidor da empresa. Segundo Cocks, a Hasbro reconheceu que a divisão de televisão e cinema era valiosa, mas não é essencial para a estratégia da fabricante de brinquedos.
A Hasbro ainda afirma que a possibilidade de vender a eOne permitirá que a fabricante foque em ativos de marcas globais, como Peppa Pig, Transformers e Dungeons & Dragons. O comunicado enfatiza que a empresa planeja expandir as ofertas de entretenimento em TV, cinema e curtas digitais. Com a exploração de um processo de venda, Darren Throop, CEO da divisão, está deixando a eOne no final de 2022.
Adquirida em 2019 em um acordo de US$ 3,8 bilhões em dinheiro, a eOne foi inicialmente planejada para transformar a Hasbro em uma forte concorrente de mídia. A pandemia interrompeu essa estrategia com a paralisação da produção hollywoodiana e os consequentes atrasos nas entregas de conteúdo à medida que a indústria reabriu. Recentemente, a Hasbro demonstrou que tem planos para se tornar uma potência de jogos digitais.
Com uma biblioteca de filmes e produções televisivas de cerca de 6.500 títulos e um negócio de produção e financiamento de conteúdo, a eOne está envolvida em produções como Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes, A Mulher Rei e Yellowjackets.
Em notícias mais curtas…
“Minha mãe não criou um hipócrita”
Em entrevista ao GQ, Brendan Fraser afirmou que não tem planos de comparecer ao Globo de Ouro, mesmo que seja indicado pela atuação em The Whale, novo filme dirigido por Darren Aronofsky.
Em entrevista realizada em 2018, o ator contou que foi assediado sexualmente em 2003 por Philip Berk, então presidente do Hollywood Foreign Press Association. Após a publicação da entrevista, a HFPA emitiu uma declaração afirmando que se posicionava “contra o assédio sexual e o tipo de comportamento descrito” antes de prosseguir com uma investigação independente. A investigação concluiu que o assédio aconteceu, mas Berk não enfrentou nenhuma ação disciplinar da organização.
Na época, Fraser foi convidado a assinar o comunicado de imprensa da HFPA como uma declaração conjunta, mas o ator recusou. Berk foi expulso do quadro de membros da organização apenas em abril de 2021 após enviar para outros membros um artigo por email descrevendo o Black Lives Matter como um “movimento de ódio racista”.
Disney dando o que o povo quer
Aadrita Mukerji foi contratada para escrever um novo filme de O Diário da Princesa, filme originalmente produzido pela cantora e atriz Whitney Houston e dirigido por Garry Marshall em 2001.
Segundo o THR, fontes disseram que o projeto — que conta com o retorno da produtora Debra Martin Chase — é uma continuação da série de filmes liderada por Anne Hathaway. A atriz não tem nenhum acordo formal para retornar ao papel, mas já havia declarado publicamente apoio a realização de um terceiro filme.
Baseado no livro de Meg Cabot, O Diário da Princesa segue Mia Thermopolis, uma adolescente que descobre que é a herdeira do trono do reino fictício de Genovia. Um dos filmes mais memoráveis da carreira de Hathaway, a produção foi a estreia da atriz no cinema. O filme arrecadou US$ 165,3 milhões globalmente, garantindo uma sequência lançada em 2004 intitulada O Diário da Princesa 2: Casamento Real — produção também dirigida por Marshall.
Estrela
Bradley Cooper vai estrelar o próximo filme de Steven Spielberg, um longa-metragem original baseado no personagem de Frank Bullitt, o policial de San Francisco interpretado pela primeira vez por Steve McQueen no thriller Bullitt [1968]
Baseado no livro Mute Witness [1963], o filme de 1968 dirigido por Peter Yates segue a investigação de Bullitt sobre a morte de um informante da máfia que ele foi encarregado de proteger. Atualmente em desenvolvimento na Warner Bros. — que produziu o filme da década de 1960 —, o filme ainda sem título de Spielberg contará uma nova história sobre Bullitt.
Além de atuar, Cooper também assumirá o papel de produtor ao lado de Spielberg e Kristie Macosko Krieger. Recentemente, o trio trabalhou em Maestro, filme da Netflix escrito, dirigido e produzido pro Cooper que estreará em 2023.
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Até a próxima semana, se cuidem e cuidem dos seus,
Júlia Gavillan