O futuro da Lucasfilm nos cinemas é logo ali
Novo filme de Pablo Larraín; Disney sem planos para novas aquisições; e mais...
Após se dedicar ao Disney+, a Lucasfilm está retornando para as produções cinematográficas com um novo filme co-escrito por Damon Lindelof e dirigido por Sharmeen Obaid-Chinoy. Ganhando destaque na indústria após criar o fenômeno televisivo Lost ao lado de Jeffrey Lieber e J. J. Abrams, Lindelof tem no currículo outras produções de sucesso como The Leftovers e Watchmen — o escritor também escreveu Além da Escuridão: Star Trek e o thriller A Caçada.
A primeira cineasta nascida no Paquistão a ganhar um Oscar, Obaid-Chinoy levou duas estatuetas na categoria melhor curta-metragem documental por Saving Face [2012] e Uma Garota no Rio: O Preço do Perdão [2015]. Recentemente, a cineasta trabalhou com a Disney dirigindo dois episódios de Ms. Marvel.
Segundo o jornalista Borys Kit, fontes contaram ao The Hollywood Reporter que Lindelof está escrevendo o novo roteiro de Star Wars com Justin Britt-Gibson, um escritor em ascensão com um currículo animador. Britt-Gibson trabalhou como editor executivo de história de The Strain, drama de vampiros de Guillermo del Toro, além de The Counterpart, uma série sobre dimensões paralelas estrelada por J.K. Simmons.
Fontes também dizem que o projeto aspira ser autônomo, mas um eventual sucesso pode levar a mais filmes. Esse plano segue um caminho oposto do processo de desenvolvimento anterior da Lucasfilm, conhecida por trilogias. Agora, o estúdio deve se concentrar em filmes autônomos, segundo a publicação.
Outra informação importante é que a história se passaria após os eventos de Star Wars: A Ascensão Skywalker, embora não seja uma continuação da saga Skywalker. A produção poderia, no entanto, apresentar alguns personagens da trilogia recente produzida pela Disney após a aquisição da Lucasfilm.
A contratação de Britt-Gibson acontece após a Lucasfilm organizar uma sala de roteiristas secreta depois da Star Wars Celebration deste ano. Realizada em duas semanas, estiveram presentes na mesa Patrick Somerville, que trabalhou com Lindelof em Leftovers; e Rayna McClendon, produtora consultora de Obi-Wan Kenobi e escritora da série Willow. Dave Filoni — o herdeiro narrativo de George Lucas, envolvido em várias séries de Star Wars — também estava presente.
Com o fim da trilogia recente, a Lucasfilm focou seus esforços em produções para o Disney+, com The Mandalorian ajudando a impulsionar o lançamento do serviço de streaming. Apesar de mudar a estratégia teatral do estúdio, o futuro de Star Wars nos cinemas está sendo traçado gradualmente. Os projetos incluem um filme produzido por Kevin Feige, chefe da Marvel Studios, e escrito por Michael Waldron — roteirista de Loki e Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, recentemente contratado para escrever Avengers: Secret Wars —; uma produção dirigida por Taika Waititi e escrita por Krysty Wilson-Cairns; além de Rogue Squadron, filme de Patty Jenkins inicialmente previsto para 2023 retirado do calendário do estúdio por “conflitos de agenda e outros compromissos”.
Por enquanto, longe dos cinemas, o Disney+ está atualmente transmitindo Andor e conta com o retorno de The Mandalorian em fevereiro.
Casal no cinema
Joaquin Phoenix e Rooney Mara serão os protagonistas do próximo longa-metragem dirigido por Pawel Pawlikowski. Com o título provisório de The Island, o thriller dramático está programado para ser filmado em 2023.
Vagamente baseado em eventos reais, a história retratará um casal norte-americano na década de 1930 que foge para o próprio paraíso particular em uma ilha deserta e vive da terra. Porém, após um milionário transformar a história do casal em uma matéria sensacionalista para vender jornais, uma condessa autodenominada aparece com dois amantes e planeja construir um hotel de luxo na ilha.
À medida que o casal luta para manter o paraíso particular intocado, a guerra psicológica entre a condessa e a dupla se torna um jogo de infidelidade sexual, traição e, eventualmente, assassinato.
Com roteiro e direção de Pawlikowski, The Island será vendido pela FilmNation Entertainment para compradores internacionais no American Film Market, enquanto a WME Independent buscará um acordo de distribuição nos EUA.
Fora do mercado
Durante participação na conferência WSJ Tech Live 2022, Bob Chapek afirmou que a Disney atualmente não está no mercado em busca de novas aquisições de estúdios ou redes. Segundo o CEO da Disney, o conglomerado está feliz com as equipes criativas, marcas e franquias que fazem parte do grande portfólio do estúdio, sem precisar retornar ao mercado em busca de outras compras.
As maiores aquisições de conteúdo da Disney aconteceram durante o mandato de Bob Iger, o antecessor no cargo. Durante os 15 anos na administração do conglomerado, Iger liderou as aquisições da Pixar em 2006 por US$ 7,4 bilhões, Marvel Entertainment em 2009 por US$ 4 bilhões, Lucasfilm em 2012 por US$ 4,06 bilhões e os ativos de entretenimento da 21st Century Fox em 2019 por US$ 71,3 bilhões.
Chapek também comentou sobre o retorno das produções da Disney durante a pandemia, frisando que a empresa está chegando ao ponto em que “finalmente alcançará” algum nível de estabilidade em termos de produção de conteúdo.
Ainda sobre Chapek
Entrevistado por Matt Murray, o editor-chefe do Wall Street Journal, o CEO foi perguntado sobre as lições aprendidas com a posição inicial indiferente da Disney ao projeto de lei Don’t Say Gay da Flórida. Para Chapek, a Disney foi lembrada que “é tudo sobre os funcionários”.
“O que eu diria é que fomos lembrados pela paixão da reação de nossos funcionários e pela importância de seus sentimentos sobre essas questões, em termos de fazê-los sentir que faziam parte da Walt Disney Company e poderiam se relacionar com os produtos que a Walt Disney Company lança.”
Ao ser questionado sobre a “guerra dos streamings”, Chapek disse acreditar que a Disney+ será um dos serviços obrigatórios e que “nem todo mundo que está no mercado hoje” sobreviverá.
Mudança de hierarquia
Após o anúncio da saída de Walter Hamada do cargo de chefe da DC Films, a Warner Bros. Discovery escolheu o cineasta James Gunn e o produtor Peter Safran para assumirem um dos cargos mais desafiadores de Hollywood. A dupla chefiará as produções cinematográficas e televisivas como co-presidentes e co-CEOs da DC Studios, uma divisão recém-criada da Warner Bros. Pictures.
Segundo o THR, fontes compartilharam que a abertura inicial para a contratação de Safran e Gunn veio de Michael De Luca, co-presidente da Warner Bros. Pictures, durante o verão norte-americano — mesmo período que o estúdio estava em negociações instáveis com o produtor Dan Lin.
Fontes também contaram que Gunn — que se concentrará no lado criativo das produções da DC — assinou um acordo de quatro anos com o estúdio e será exclusivo da DC. Já Safran focará no lado comercial e de produção. Espera-se que ambos continuem dirigindo e produzindo projetos, mas, principalmente, trabalhem como executivos. A dupla se reportará diretamente a David Zaslav, CEO da WBD, e trabalhará em estreita colaboração com De Luca e Pamela Abdy, que assumiram o posto de chefes da Warner Bros. Pictures em junho deste ano após a saída de Toby Emmerich.
Entrando em produção ainda este ano, a sequência de Coringa não ficará sob a alçada de Gunn e Safran. Ainda não está claro se o universo em ascensão baseado em The Batman estará nas mãos dos novos executivos. Entretanto, todas as próximas produções serão direcionadas pela dupla.
Retorno
Enquanto foca no futuro, a DC abraça parte do passado com o retorno do ator Henry Cavill como Superman nos futuros filmes do estúdio após participação em Adão Negro, protagonizado por Dwayne Johnson.
Inicialmente, a ideia de reintroduzir o Superman de Cavill foi negada por Hamada. Apesar da recusa do executivo, Johnson — cujo empresário Dany Garcia também representa Cavill — levou a ideia para De Luca e Abdy, que aprovaram a iniciativa.
Ainda sem um acordo assinado, a produção filmou a sequência do Superman com um dublê de corpo e testou a cena sem mostrar o rosto do personagem. Quando o acordo foi finalmente fechado, Cavill filmou a cena em Londres.
Em notícias mais curtas…
Cinebiografia nº 3
Diretor de Jackie e Spencer, Pablo Larraín encontrou o tema para o próximo filme: a soprano Maria Callas. Estrelado por Angelina Jolie, Maria usará com base relatos verdadeiros para — supostamente — reviver e reimaginar a “história tumultuada, bela e trágica” da vida de uma das maiores cantoras de ópera do mundo durante os últimos dias de vida em Paris na década de 1970.
Escrito por Steven Knight — que trabalhou com Larraín em Spencer — Maria é produzido por Juan de Dios Larraín para a Fabula Pictures; Lorenzo Mieli para The Apartment Pictures, uma empresa que faz parte do grupo Fremantle; e Jonas Dornbach pela Komlizen Film.
Atualmente, Jolie está na pós-produção de Without Blood, o quinto filme como diretora e a primeira produção sob o contrato de três anos que a cineasta assinou com a Fremantle.
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Até a próxima semana, se cuidem e cuidem dos seus,
Júlia Gavillan