Segundo o THR, a divisão de cinema da Netflix será reorganizada pelo novo chefe Dan Lin e agora será dividida por gêneros cinematográficos. Embora Lin tenha iniciado oficialmente no cargo em 1º de abril, fontes contaram à publicação que a reorganização está em andamento há mais de um mês, com o executivo consultando a diretora de conteúdo Bela Bajaria, outros departamentos e parceiros externos.
Com a reestruturação, Ori Marmur supervisionará filmes de ação, fantasia, terror e ficção científica, enquanto Kira Goldberg cuidará dos thrillers, dramas e filmes familiares. Niija Kuykendall supervisionará produções religiosas, filmes para jovens adultos e ambientados em feriados, como natal e ação de graças, enquanto Jason Young lidará com comédias e comédias românticas.
Devido ao grande volume de projetos, a estrutura cinematográfica da Netflix sempre foi uma fonte de confusão internamente e em Hollywood, especialmente no gerenciamento da lista de projetos — a maior entre todos os estúdios — e os gastos das produções.
Antigamente comandada por Nishimura e Tendo Nagenda, a divisão de filmes era dividida segundo o orçamento, com projetos de alto custo sob o comando de Nagenda e Nishimura conduzindo o que o streamer considerava de orçamento médio e baixo, bem com aquisições e ofertas de não ficção.
Após as saídas de Nagenda (em setembro de 2022) e Nishimura (em março de 2023), a divisão passou a ser dirigida por Goldberg, Marmur e Kuykendall. Na época, a reestruturação conduzida pelo trio foi considerada um esforço para organizar a divisão e agilizar as produções.
De acordo com fontes internas, a lista de filmes da Netflix gerenciada por Lin será composta por produções de médio porte, com o streamer tendo encontrado seus maiores sucessos em comédias, comédias românticas e filmes familiares. Além disso, a divisão ainda investirá em um punhado de grandes filmes e candidatos a prêmios.
Boss
A 20th Century e a Disney serão responsáveis pelo lançamento de Deliver Me From Nowhere, projeto sobre Bruce Springsteen que tem Jeremy Allen White em negociações para estrelar como o músico.
Com roteiro e direção de Scott Cooper, o projeto será baseado no livro Deliver Me from Nowhere: The Making of Bruce Springsteen’s Nebraska, escrito por Warren Zanes em 2023. Deliver Me From Nowhere explora a produção do álbum Nebraska, lançado por Springsteen em 1982, considerado um dos melhores álbuns de todos os tempos.
O projeto conta com o envolvimento de Springsteen e do empresário Jon Landau, com previsão para entrar em produção neste outono norte-americano.
Terror
A Netflix assumiu os direitos mundiais do thriller de terror Don’t Move, novo filme produzido pelo cineasta Sam Raimi. A produção, dirigida por Brian Netto e Adam Schindler, é protagonizada por Kelsey Asbille e Finn Wittrock.
Escrito por TJ Cimfel e David White, o filme segue um serial killer experiente que injeta um agente paralisante em uma mulher enlutada enquanto ambos estão isolados nas profundezas de uma floresta. À medida que o agente assume gradualmente o controle do seu corpo, ela deve correr, se esconder e lutar pela vida antes que todo o sistema nervoso seja afetado.
O streamer lançará Don’t Move para os assinantes mundiais do serviço, excluindo a Polônia e a Comunidade dos Estados Independentes.
Vitória
A Paramount venceu o processo de direitos autorais movido pelos herdeiros de Ehud Yonay, autor da matéria que inspirou o filme Top Gun. Segundo os herdeiros, o estúdio produziu a sequência sem renegociar uma nova licença.
Ao rejeitar o processo, um juiz distrital dos EUA concluiu que vários elementos do filme — incluindo enredo, tema, cenário e diálogo — são “amplamente diferentes” do artigo original. Apesar de ambos os trabalhos girarem em torno de uma escola de formação de pilotos de caça, o tribunal concluiu que quaisquer semelhanças factuais sobrepostas não são protegidas pela lei de direitos de autor. Se o material original conta a história de uma escola real, não existem elementos ficcionais criados por Yonay. Portanto, a lei de direitos autorais não se enquadra para a sequência.
No processo, Shosh e Yuval Yonay alegaram que os direitos da história foram revertidos para eles em 2020, após enviar à Paramount um aviso de rescisão. Eles usaram uma disposição da lei de direitos autorais dos EUA que permite aos autores reivindicar os direitos sobre suas obras após um período.
A Paramount argumentou que não precisava adquirir uma nova licença, já que o artigo em questão é uma peça de não ficção e não tem nenhuma semelhança com o blockbuster de ação. O estúdio também sustentou que a sequência foi concluída antes da data de rescisão.
Retorno
Muito aguardado, o próximo longa-metragem de Francis Ford Coppola, Megalopolis, estreará no Festival de Cinema de Cannes. Autofinanciado pelo cineasta, o filme será exibido em competição no dia 17 de maio.
O projeto segue a reconstrução de uma metrópole após uma destruição acidental, com duas visões concorrentes — uma de um arquiteto idealista (Adam Driver) e outra do prefeito pragmático (Giancarlo Esposito) — colidindo durante o processo.
Coppola começou a escrever Megalopolis em 1983, com o projeto custando cerca de US$ 120 milhões para ser realizado — financiado em parte pela venda de uma parte significativa dos negócios de vitivinícola do cineasta. Enquanto isso, Coppola ainda busca um acordo para a distribuição da produção.
Falando em Cannes…
O Festival de Cinema de Cannes anunciou que George Lucas receberá uma Palma de Ouro Honorária em 25 de maio. Em comunicado, os organizadores revelaram que a homenagem ao cineasta será transmitida pelo canal de TV francês France 2 no final do festival.
O 77º Festival de Cinema de Cannes acontece de 14 a 25 de maio.
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Até a próxima, se cuidem e cuidem dos seus,
Júlia Gavillan