Netflix começa a cobrar adicional por compartilhamento de senha
Próximo filme de Karim Aïnouz; mostra de Billy Woodberry; e mais...
A Netflix lançou oficialmente o novo recurso de compartilhamento de senha nos EUA, que exige que todos os usuários da conta estejam na mesma casa e vivam no mesmo local que o titular da conta principal. Os usuários que moram fora da casa poderão usar a conta por um adicional de US$ 7,99 por mês.
Como parte do lançamento, os titulares de contas principais serão solicitados a definir um local residencial nos dispositivos, embora os assinantes possam usar as contas quando estiverem viajando. De acordo com um porta-voz da Netflix, os usuários da conta que não moram na mesma residência do titular serão escolhidos com base em fatores como a frequência com que o dispositivo usou o Wi-Fi no local principal. Esses usuários serão solicitados a transferir os perfis para uma nova assinatura da Netflix.
Nos EUA, o valor adicional custa mais caro que o plano mais barato da Netflix — o plano com anúncios custa US$ 6,99 por mês e o plano básico custa US$ 9,99 por mês. Os titulares das contas principais com assinaturas premium podem adicionar até dois membros não domésticos pela taxa mensal de US$ 7,99, enquanto os assinantes do plano padrão podem adicionar até um membro externo. O recurso não está disponível para os planos com suporte de anúncios ou básico.
Lançado inicialmente no Canadá, Nova Zelândia, Portugal e Espanha, a Netflix informou no relatório de ganhos do primeiro trimestre que o recurso resultou em uma maior base de assinaturas pagas — a empresa aponta os números do Canadá como um indicador confiável para os EUA. Porém, o próprio streamer afirma que existe uma “reação de cancelamento em cada mercado que afeta o crescimento de membros a curto prazo” após o anúncio.
Enquanto isso, no Brasil…
No Brasil, o valor adicional de R$ 12,90 alertou o Procon-SP, que anunciou que recebeu muitas reclamações e notificou a Netflix. Em comunicado, o órgão explicou buscar entender o que o streamer está anunciando aos assinantes, como funcionará o novo critério de cobrança e o novo sistema de acesso, além de analisar possíveis infrações ao Código de Defesa do Consumidor.
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Aïnouz e grande elenco
Kristen Stewart, Josh O’Connor e Ellen Fanning estão escalados para liderar o elenco de Rosebushpruning, próximo filme de Karim Aïnouz. Com apoio da The Match Factory e MUBI, o filme está programado para iniciar a produção na primavera norte-americana de 2024.
Segundo o THR, o roteiro de Efthimis Filippou será uma adaptação de De Punhos Cerrados, longa-metragem de estreia de Marco Bellocchio em 1965 — os direitos de adaptação foram adquiridos pela Kavac Film. Uma sátira sombria, a trama segue uma jovem que toma medidas drásticas para livrar a família disfuncional de diversas aflições.
O filme original de Bellocchio estreou no Festival de Locarno e foi condenado por várias figuras importante do cinema. Apesar da reação, De Punhos Cerrados recebeu críticas calorosas e se tornou um sucesso entre o público mais jovem. Um marco do cinema italiano, o Ministério da Cultura do país o colocou em 2008 na lista de 100 filmes a serem salvos, uma coleção de produções que “mudaram a memória coletiva do país entre 1942 e 1978”.
Recentemente, Aïnouz esteve no Festival de Cannes para a estreia mundial de Firebrand, filme dirigido pelo cineasta estrelado por Jude Law e Alicia Vikander.
Falando em MUBI…
Exibido no Festival de Cannes, a MUBI adquiriu os direitos de Fallen Leaves para a América do Norte, Reino Unido, Irlanda, América Latina e Turquia.
Dirigido por Aki Kaurismaki, o filme conta a história de duas pessoas solitárias que se encontram por acaso na noite de Helsinque e tentam encontrar o amor. No entanto, a relação é um desafio devido aos vícios pessoais que eles devem superar.
Fallen Leaves será lançado nos cinemas, com planos de lançamento específicos a serem anunciados no futuro. A Match Factory, de propriedade da MUBI, está lidando com as vendas internacionais da produção.
Erro
Recém-renomeado, o Max gerou polêmica já nas primeiras horas de vida. Além de problemas técnicos e reclamações sobre a necessidade de baixar um aplicativo novo, o serviço de streaming da Warner Bros. Discovery recebeu críticas sobre a falta de detalhes específicos sobre as produções.
Nas redes sociais, muitos profissionais da indústria reclamaram sobre o agrupamento de roteiristas e diretores apenas como “Creators” nos filmes e séries de televisão disponíveis no catálogo. Rapidamente, o Directors Guild of America e o Writers Guild of America liberaram comunicados condenando a mudança.
Assinado por Lesli Linka Glatter, presidente do DGA, a nota do sindicato dos diretores afirma que a “categoria genérica de criadores” é um grave insulto aos membros da organização, já que desvaloriza as contribuições individuais dos artistas.
Já o comunicado do WGA reforça que a ação é uma violação de créditos, além de “desrespeitosa e insultuosa com os artistas que fazem os filmes e programas de televisão que rendem bilhões” ao conglomerado. O sindicato dos roteiristas ainda reforça que o desrespeito pela importância dos escritores os trouxe à atual greve.
Após as críticas, o Max declarou que irá corrigir os créditos, afirmando que o talento por trás do conteúdo merece ser devidamente reconhecido. A declaração ainda diz que o problema foi causado por um descuido na transição técnica do HBO Max para o novo serviço de streaming.
Imperdível
De 6 a 30 de junho, o IMS Paulista apresentará uma mostra dedicada à carreira de Billy Woodberry, um dos fundadores do L.A. Rebellion, importante movimento do cinema negro norte-americano.
A retrospectiva inclui a obra completa do cineasta, composta por cinco filmes, entre eles Abençoe seus Pequeninos Corações [1983] e E Quando Eu Morrer, Não Ficarei Morto [2015], uma homenagem ao disruptivo poeta beatnik Bob Kaufman. A mostra também exibirá filmes que o diretor realizou em parceria com outros nomes do cinema, como Haile Gerima, Thom Andersen e Charles Burnett.
Para compor a retrospectiva, Woodberry foi convidado a selecionar curtas-metragens que foram referência no desenvolvimento do cineasta como realizador e professor. Intitulada Carta Branca a Billy Woodberry, a seleção inclui sete filmes, como O Carroceiro [1963], primeiro curta do senegalês Ousmane Sembène, e Couro de Gato [1960], do brasileiro Joaquim Pedro de Andrade.
A estreia da mostra contará com a presença de Woodberry, que exibirá o longa-metragem Abençoe seus Pequeninos Corações no dia 6 de junho em projeção 35 mm pela primeira vez no Brasil. Após a exibição, haverá um debate com o diretor e pesquisadora e professora Tatiana Carvalho Costa. Woodberry também ministrará uma masterclass gratuita sobre a L.A. Rebellion no dia 8 de junho, às 18h. Para participar, é preciso se inscrever previamente.
Serviço
Billy Woodberry em Retrospectiva
De 6 a 30 de junho
IMS Paulista
Ingressos das sessões: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia)
Os ingressos podem ser adquiridos no site Ingresso.com ou na bilheteria do IMS para sessões do mesmo dia.
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Nos vemos na próxima! Se cuidem e cuidem dos seus,
Júlia Gavillan