Marvel vai aos tribunais para manter controle dos Vingadores
Fim do processinho ScarJo x Disney, Netflix fazendo joguinhos e mais
Para evitar perder o controle total de personagens, a Marvel entrou com uma série de ações judiciais em Nova York e na Califórnia para barrar tentativas de reivindicação de direitos. Em agosto, o administrador do espólio de Steve Ditko enviou para a Marvel um aviso de rescisão do Homem-Aranha, que apareceu pela primeira vez nos quadrinhos em 1962.
De acordo com a lei estadunidense de direitos autorais de 1976, os autores ou herdeiros podem reclamar direitos uma vez concedidos às editoras após esperar um período estatutário. Com o aviso de rescisão, o administrador do espólio busca encerrar a concessão de direitos autorais à Marvel até junho de 2023.
Porém, esse não é um caso isolado. Parte de uma enxurrada de notificações feitas pelo famoso advogado de propriedade intelectual Marc Toberoff, criadores e herdeiros, incluindo Larry Lieber, Don Heck, Gene Colan e Don Rico, buscam reivindicar direitos sobre personagens, incluindo Homem de Ferro, Viúva Negra e Thor.
Em resposta aos avisos, o representante legal da Marvel, Daniel M. Petrocelli, afirmou que as criações são "trabalhos feitos sob encomenda", portanto não se aplicariam na Lei de Direitos Autorais.
Segundo as reclamações obtidas pelo The Hollywood Reporter, os casos terão como foco a criação de personagens e quem deveria ser considerado o autor legal. O litígio se concentra no “Método Marvel”, um trabalho colaborativo onde as ideias iniciais são discutidas com os artistas responsáveis por cuidar da criação. Em declaração para o Deadline, Petrocelli afirmou que Ditko foi pago pelo trabalho que fez e não teria direitos como criador.
“Todas as contribuições que Steve Ditko fez para as obras foram feitas às custas da Marvel porque a Marvel pagou a Steve Ditko uma taxa por página por suas contribuições, Steve Ditko fez essas contribuições para as obras com a expectativa de que a Marvel pagaria a ele, e Steve Ditko não obteve qualquer participação acionária em suas contribuições ”
Caso perca nos tribunais, a Marvel não perderia a propriedade dos personagens, mas teria que dividir os lucros com os outros co-proprietários — os direitos se aplicariam “apenas” aos Estados Unidos.
Essa não é a primeira vez que a Marvel alega que criadores não se qualificam em disputas de direitos autorais. Em 2014, os herdeiros de Jack Kirby entraram com ações legais contra a editora, que afirmava que o artista estava sob um contrato de trabalho por aluguel e não tinha reivindicação tangível por personagens.
As partes entraram em um acordo e o processo foi resolvido antes do caso ser levado ao Supremo Tribunal Federal. Como parte desse acordo, o nome de Kirby está presente nos créditos de produções do MCU com personagens que ele criou ou co-criou.
Quais são as chances de sucesso de autores e herdeiros no novo proceso? Não parece que a Disney está em busca de um acordo amigável…
Falando em direitos autorais...
Roteirista de Sexta-Feira 13, o escritor Victor Miller conseguiu uma vitória importante na batalha pela rescisão de direitos autorais da obra. Como resultado, ele deve reivindicar os direitos da franquia nos EUA.
Assim como o argumento da Disney contra os avisos de reivindicação de personagens, o produtor de Sexta-Feira 13, Sean Cunningham, argumentou que o trabalho de Miller foi feito sob encomenda e não era elegível para rescisão. Entretanto, um juiz federal decretou em 2018 que o roteiro não entrava nessa categoria.
Na apelação julgada nesta semana, a empresa de Cunningham argumentou que a filiação de Miller ao Writers Guild of America — sindicato dos roteiristas que negocia coletivamente as condições de trabalho do setor — não permitiria que o escritor fosse considerado um funcionário com legitimidade para rescisão de direitos autorais. O argumento foi rejeitado pelo tribunal, sendo concluído que Miller era um contratante independente quando escreveu o roteiro e, portanto, tem direitos de autoria.
A empresa de Cunningham ainda pode buscar uma nova audiência, além de enviar uma petição para a Suprema Corte avaliar o caso. Além disso, o produtor, que detêm direitos internacionais não exclusivos da franquia, também pode entrar em um acordo com o roteirista e evitar pagar mais honorários para seus advogados…
Falando em acordo amigável…
A Walt Disney Company e Scarlett Johansson entraram em um acordo sobre o processo de quebra de contrato movido pela atriz. Os termos do acordo não foram divulgados, mas as partes declararam que estão felizes com a resolução e trocaram elogios entusiasmados.
Enquanto Johansson afirmou que está “ansiosa para continuar colaborando com o estúdio pelos próximos anos”, Alan Bergman, presidente da Disney Studios, agradeceu as contribuições da atriz para o MCU e também espera continuar trabalhando com Johansson no futuro.
Nada como uma bela compensação financeira.
Cadeira ocupada
Alice Waddington foi confirmada como diretora da adaptação de Dept. H, filme baseado na série de quadrinhos homônima escrita e ilustrada por Matt Kindt e colorida por Sharlene Kindt.
Publicada pela Dark Horse Comics, a história se passa depois que um renomado cientista é misteriosamente morto em uma estação de pesquisa em alto mar e sua filha distante é enviada para as profundezas do oceano para investigar o caso. Com a pressão aumentando e a água subindo, ela deve correr contra o tempo para resolver o assassinato enquanto descobre a verdade por trás do propósito da estação.
Adaptada pelo roteirista T.S. Nowlin, Dept. H é mais uma produção do acordo entre Dark Horse Entertainment e Netflix — que já rendeu a série The Umbrella Academy, um dos maiores sucessos recentes do streamer. Além de Dept. H, a Netflix está atualmente trabalhando nas adaptações de outras histórias publicadas pela editora: a comédia criminal de aventura Mistery Girl, filme dirigido por McG e estrelado por Tiffany Haddish, e o thriller Lady Killer, estrelado e produzido por Blake Lively.
O mar tá pra peixe [não me arrependo de nada]
Jani Zhao, Indya Moore e Vincent Regan entraram para o elenco de Aquaman and the Lost Kingdom, filme da Warner Bros. atualmente em produção. Dirigido por James Wan, a sequência conta com Jason Momoa, Patrick Wilson, Yahya Abdul-Mateen II, Amber Heard, Dolph Lundgren e Randall Park.
Os detalhes do enredo não foram revelados, mas dois novos membros do elenco assumem papéis de personagens conhecidos da DC. Moore interpretará Karshon, um vilão originalmente inimigo do Lanterna Verde, enquanto Rega será Atlan, um antigo governante de Atlântida que fez a cidade afundar no mar — no filme lançado em 2018, o personagem aparece sendo brevemente interpretado por Graham McTavish. Já Zhao interpretará uma personagem misteriosa criada para o filme chamada Stingray.
Aquaman and the Lost Kingdom tem previsão para estrear em dezembro de 2022.
Joguinhos no seu streamer
Expandindo a produção de conteúdo para outros territórios, a Netflix anunciou a compra da desenvolvedora de jogos Night School Studio. Mike Verdu, vice-presidente de desenvolvimento de jogos da Netflix, afirmou que a empresa planeja continuar a “contratar os melhores talentos da indústria para entregar uma grande coleção de jogos exclusivos projetados para cada tipo de jogador e qualquer nível de jogo.”
Os jogos da Netflix serão incluídos como parte da assinatura geral do streaming, sem anúncios ou compras no aplicativo. Os termos do acordo não foram divulgados.
Fundada por Sean Krankel e Adam Hines, os títulos da desenvolvedora incluem Oxenfree, Afterparty e Next Stop Nowhere. Em postagem no blog da empresa, Krankel disse que o estúdio quer estender narrativas e aspirações de design do estúdio, acrescentando que a equipe da Netflix “demonstrou o maior cuidado em proteger nossa cultura de estúdio e visão criativa.”
Recentemente, o streamer lançou a primeira guia de jogos para clientes na Polônia com dois jogos de Stranger Things, além do lançamento de títulos adicionais na Espanha e Itália - o aplicativo está disponível apenas para Android.
Em notícias mais curtas...
And my heart will go on and on
A cantora Celine Dion aprovou a produção de um longa-metragem documental baseado em sua história. O filme ainda sem título será dirigido pela cineasta Irene Taylor, indicada ao Oscar pelo curta-metragem The Final Inch, e terá participação total da cantora.
Vendida como o “filme definitivo” da estrela, a produção contará as histórias pessoais e realizações profissionais de Dion até os dias atuais.
Mamãe voltou
Helena Bonham Carter foi confirmada no elenco da sequência de Enola Holmes, produção da Legendary com a Netflix baseada nos livros de Nancy Springer. Assim como no primeiro filme, a atriz interpretará Eudoria Holmes, a matriarca da famosa família de investigadores.
A produção também conta com Millie Bobby Brown, Henry Cavill, Louis Partridge, David Thewlis, Susan Wokoma, Adeel Akhtar, Sharon Duncan-Brewster, Hannah Dodd, Abbie Hern, Gabriel Tierney e Serrana Su-Ling Bliss. Dirigido por Harry Bradbeer, o filme ainda está em período de desenvolvimento e não tem data para estrear.
Senhora vice-presidente
Atualmente em reconstrução após problemas financeiros, a Annapurna tem uma nova vice-presidente executiva. Christina Oh, indicada ao Oscar por Minari, assumiu o cargo ao lado do produtor Adam Paulsen, anunciado em junho. A dupla também divide a função de co-diretores de cinema na empresa.
Membros novos
A Warner Bros. anunciou Sally Hawkins, Rowan Atkinson, Jim Carter e Olivia Colman no elenco de Wonka, filme que se passa antes dos eventos de A Fantástica Fábrica de Chocolate. Dirigida por Paul King a partir do roteiro co-escrito com Simon Farnaby, a produção terá canções escritas por Neil Hannon e estreia nos cinemas em março de 2023.
Mais um vilão pra conta
Conhecido por interpretar Euron Greyjoy em Game of Thrones, o ator Pilou Asbæk entrou para o elenco de Salem's Lot, adaptação cinematográfica do best-seller escrito por Stephen King.
Atualmente em produção em Boston, o filme escrito e dirigido por Gary Dauberman conta a história de um escritor que retorna à casa onde cresceu em Jerusalem's Lot em busca de inspiração para seu próximo livro, mas descobre que os moradores de cidade natal estão sendo perseguidos por um vampiro. Resta ao autor reunir um grupo para lutar conta a presença maligna. Asbæk interpretará um ajudante do vilão.
Protagonizado por Lewis Pullman — também conhecido como filho do Bill Pullman —, o thriller de terror será lançado em setembro de 2022.
Martelo batido
A Apple Original Films ganhou a guerra de lances pelo thriller dirigido por John Watts e estrelado por George Clooney e Brad Pitt. Escrito, produzido e dirigido por Watts, o projeto se concentra em dois homens atribuídos ao mesmo trabalho. Ainda sem título, o filme será produzido por Pitt e Clooney através de suas respectivas produtoras, Plant B Entertainmet e Smokehouse Pictures.
Atualmente, a Apple Original Films está produzindo Emancipation, dirigido por Antoine Fuqua; Killers of the Flower Moon, de Martin Scorsese, uma versão musical do conto de natal de Charles Dickens; e Raymond and Ray, produção estrelada por Ewan McGregor e Ethan Hawke.
Agenda cheia
Regé-Jean Page vai estrelar o novo thriller de assalto da Netflix, produção ainda sem título escrita e dirigida por Noah Hawley. Sem informações sobre o enredo, o filme terá produção de Hawley ao lado de Joe e Anthony Russo — Page também assume como produtor executivo com Angela Russo-Otstot.
Após o sucesso de Bridgerton, Page se tornou um dos atores mais procurados de Hollywood com papéis garantidos em The Gray Man, filmes dos irmãos Russo para a Netflix, Dungeons & Dragons e o reboot de The Saint, ambos da Paramount.
Senta que lá vem história
A HBO Max e o produtor Greg Berlanti vão trabalhar juntos em uma série de documentários sobre a história e o legado da DC Comics. O streamer encomendou uma série de três partes que mergulhará na história de mais de 80 anos da editora, desde o lançamento de Superman em 1938 até os filmes, programas de televisão, desenhos, jogos e, claro, quadrinhos.
Nenhum nome ou data de lançamento foi anunciado.
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Até a próxima semana, cuidem e cuidem dos seus,
Júlia Gavillan