Discos
Call Back (Minho)
Apesar de estar no 17º ano de carreira, Minho está no início do trabalho como solista em comparação com os outros membros do Shinee. Após estrear com o delicioso mini álbum CHASE em 2022, ele voltou com um álbum completo de músicas incríveis intitulado Call Back. O disco saiu no começo de novembro e foi meu álbum mais ouvido daquele mês e de dezembro.
Call Back é perfeito para ouvir enquanto está voltando do trabalho, fazendo um jantar depois de um dia cansativo ou só tentando desacelerar e descansar. É difícil escolher os destaques de um álbum que gostei tanto, mas a title Call Back abre o disco muito bem. Minho ainda entrega uma voz que derrete igual manteiga em Affection, uma batida viciante em Something About U e um piano dançante perfeito em Fireworks — canção com Sohee, do Riize — que me dá vontade de sair dançando pela casa.
Eternal (Taemin)
Falando em outro membro do Shinee, Taemin lançou seu primeiro álbum após sair da SM Entertainment, agência que gerenciou sua carreira desde a estreia aos 14 anos. Aos 31, o músico, dançarino e cantor decidiu estar na hora de mudar de casa e buscar novos desafios para a carreira solo — ele continua membro do Shinee, que permanece sendo agenciada pela SM.
Em sua estreia na BPM Entertainment, Taemin lançou Eternal, um álbum em que explora outros ritmos e o próprio alcance vocal — G.O.A.T é uma prova disso. Perdi as contas de quantas vezes ouvi esse disco desde o lançamento em agosto e, segundo o Apple Music, quatro das cinco músicas mais ouvidas desde que assinei o serviço em outubro foram de Eternal. Destaque para o órgão em Deja Vu, a bateria em Crush (e o viciante “na na na na”) e o trecho “better days, oh, better days” do dance com synth-pop de Horizon.
Atualmente em turnê mundial, o show Ephemeral Gaze passará por São Paulo e estarei lá me esguelhando ao som dessas e outras canções do Taemin.
Flow (Onew)
O terror dos fãs de KPOP, a SM Entertainment também perdeu Onew em 2024, outro membro do Shinee. Depois de um longo hiato médico, Onew retornou em uma nova agência chamada GRIFFIN Entertainment, recém-criada por Jang Moon-seong, que atuou como manager por uma década.
Assim como Taemin, Onew também sentiu que era hora de explorar novos ares e experimentar novos gêneros. Disso nasceu o EP Flow, um álbum curtinho que parecia apenas o começo de um dilúvio artístico — no início de 2025, Onew já lançou outro álbum chamado Connection e diz que planeja mais um no primeiro semestre.
Foi um alívio ver Onew retornar saudável e feliz com o mundo de possibilidades que se abriu com a nova agência. Lançado em setembro, Flow tem músicas dançantes como Maestro e All Day e baladas como Shape of My Heart, canção que permite ao cantor exibir sua técnica vocal. Outro destaque também para Beat Drum, o single do álbum que mostra bem como Onew está sedento por novidades.
O (Hwasa)
Falando em estreia, Hwasa também lançou seu primeiro álbum pela Pnation em setembro de 2024. O é um disco cheio de personalidade como a própria cantora, que se cercou de pessoas muito talentosas para a criação do trabalho — contando com o próprio Psy, que trabalhou com ela na canção NA.
É inegável que Hwasa tem uma voz belíssima e pode, se quiser, cantar qualquer coisa. Como a Pnation organiza festivais de música na Coreia do Sul — e a própria participa de festivais fora do país —, a cantora sentiu que precisava fazer um álbum mais dançante para o setlist dos shows. Isso resultou em um disco bem gostoso que levanta qualquer um e dá ânimo naqueles dias que você precisa de impulso (ou, como no meu caso, um ânimo na hora de fazer esteira).
Destaque para a voz da Hwasa em OK NEXT, o tecladinho de EGO, a batidinha oitentista de Just Want to Have Some Fun e o countryzinho de Road.
Pleasure Shop (Key)
Falando em esteira, Key — sim, outro membro do Shinee, como você adivinhou? — também lançou um álbum que me acompanha no meu exército físico. A verdade é que sou incapaz de desgostar de uma música do Key e já aceitei essa realidade. Meu artista mais ouvido de 2024 segundo minha finada conta do TIDAL e minha recente assinatura no Apple Music, Key sempre se renova em cada álbum, que conta com produções realmente excepcionais.
Pleasure Shop é um disco bem dançante que aborda a nossa fixação por um mundo virtual perfeito onde fugimos da realidade, especialmente com esse surto das IAs dominando todos os ambientes digitais (destruindo empregos e secando rios no processo). Difícil escolher os destaques de um álbum tão gostoso, mas não posso deixar de falar da batida dançante de Pleasure Shop, do eletrônico delicioso de Overthink e da voz do Key em Going Up.
Armageddon (aespa)
OK, é difícil falar de música de 2024 e não falar de aespa, um grupo feminino da SM Entertainment que trabalhou para entregar músicas que marcaram o ano. Confesso que demorei para ouvir Armageddon, o primeiro full álbum do grupo lançado em maio. Um dia, por acaso, decidi me atualizar sobre o que o aespa andava fazendo — amei Drama e os MVs delas são sempre incríveis, então vale a viagem — e fiquei hipnotizada por Armageddon, o single do álbum.
Além do MV ser fantástico (sugiro fortemente que você assista ao clipe), Armageddon tem uma produção impecável. O disco ainda tem uma loucura sonora chamada Supernova (outro clipe alucinante), o hip-hop cheio de sintetizador de Mine e pop bem verão de Bahama.
Whiplash (aespa)
Olha quem apareceu de novo! Eu disse que não dava para ignorar o aespa. Whiplash foi a última pedrada lançada pelo grupo, um mini álbum de outubro que acompanhei o lançamento com entusiasmo. O single principal Whiplash é um EDM com um baixo inacreditável e doses de house. Eu não sei dizer quantas vezes ouvi essa música — ou quantas vezes indiquei para amigos ou nas redes sociais. E, novamente, outro MV que cair o queixo de tão bom.
Outro destaque do álbum é Flights, Not Feelings, um R&B que foi amor a primeira vista. Quase merecia também ser usada como single de tão boa.
Elas definitivamente merecem férias.
J (Jaehyun)
Antes de ir para o exército cumprir o alistamento obrigatório sul-coreano, Jaehyun lançou um dos melhores e mais coesos álbuns do ano. Descobri J a partir de Roses, um R&B excelente lançado antes da estreia do álbum.
Com oito músicas, a estreia do cantor como solista saiu em agosto pela SM Entertainment e já mostra que Jaehyun tem uma identidade musical definida — uma mistura de R&B, hip-hop e jazz extremamente satisfatória. Nada no álbum dá a impressão que ele estava explorando o novo caminho como solista, mas alguém que já sabia o que queria. Impecável.
Além de Roses, Smoke é outro destaque de J que merece reconhecimento.
Bônus:
Starlit of Muse (Moonbyul)
Colours (Solar)
Ouça a playlist completa no Apple Music ou YouTube Music.
Cinema e TV
Furiosa
É uma pena que Furiosa não tenha recebido tanto amor quanto deveria. Dirigido por George Miller, esse é um dos melhores filmes de ação dos últimos anos, com uma história atraente de Miller e Nick Lathouris, além de boas atuações. Anya Taylor-Joy está muito bem no papel e é a primeira atuação inspirada de Chris Hemsworth em anos.
Furiosa ainda tem uma fotografia belíssima de Simon Duggan que merecia atenção na temporada de premiações. Pena que a Warner está apostando todas as fichas em Duna 2.
Challengers
Luca Guadagnino é um dos meus diretores favoritos da sua geração e Challengers apenas fortaleceu essa percepção. Honestamente, acho tênis um esporte chato e não consigo assistir uma partida inteira sem perder o interesse em algum ponto. Até por isso, não estava exatamente animada para assistir ao filme ainda no anúncio do projeto.
Acontece que eu não deveria duvidar de Guadagnino, que conseguiu transformar o tênis em um esporte sexy na tela. Challengers é, sem dúvida, um dos meus filmes favoritos de 2024 e continuo obcecada pela trilha sonora de Trent Rezor e Atticus Ross.
Conclave
Falando em um dos melhores filmes de 2024, Conclave é o melhor filme internacional do ano. Dirigido por Edward Berger — o mesmo diretor da versão recente de Nada de Novo no Front —, o filme acompanha um cardeal (Ralph Fiennes) encarregado de organizar e liderar a seleção de um novo Papa.
A história se passa no ambiente confinado onde os cardeais votam para escolher o próximo Papa e as diferentes visões sobre o passado e o futuro da igreja entram em conflito. Além do jogo de poder para alcançar o posto mais alto de uma das maiores instituições religiosas da história, existe uma sensação de sufocamento e claustrofobia em Conclave. Sufocamento pelo ambiente e claustrofobia pelo senso de dever.
No fim, são todos humanos — mas humanos (alguns horríveis) com muito poder e influência.
Flow
Não lembro a última vez que passei um filme inteiro completamente tensa. Uma animação belíssima, Flow me deu uma ansiedade enorme por um gato preto perdido em um mundo cheio de água.
Dirigido por Gints Zilbalodis, a animação segue um gato solitário que, após ter seu lar destruído por uma imensa inundação, encontra refúgio em um barco habitado por diversas espécies. Juntos, eles devem lidar com as diferenças para sobreviver.
Flow é belíssimo, isso já é motivo suficiente para você assisti-lo. Sem diálogos, a animação foi completamente renderizada no software de código aberto Blender. Com exceção da capivara, o designer de som Gurwal Coïc-Gallas usou sons de animais reais para cada personagem — Coïc-Gallas achou que os sons reais da capivara eram muito agudos, então usou sons de um bebê camelo no lugar.
Ainda Estou Aqui
Um dos melhores e maiores filmes de 2024, Ainda Estou Aqui é um soco. Tive uma crise de choro nos minutos finais do filme e saí completamente destruída do cinema. Além do seu valor como arte, o filme de Walter Salles também é uma importante ferramenta de memória da nossa história — que muitos ignoram ou, pior, fingem não ter acontecimento.
Não só a memória dessa família que foi despedaçada pelo estado, mas as lembranças de muitos que também perderam amigos, entes queridos, companheiros de trabalho e conhecidos. Ainda Estou Aqui também me tocou muito ao ver — e relembrar — como uma perda como modificar tudo.
Ainda Estou Aqui é um filme sobre uma família, mas também sobre muitas outras.
Arquivo X
Sim, Arquivo X. Quando era criança, tinha pavor da música de abertura da série e carreguei esse medo para a vida adulta. Em 2024, acordei de madrugada com uma dor inacreditável e fui parar no hospital, onde descobri que tenho cálculos renais e, mais tarde, tive uma infecção urinária alta que me deixou de licença médica por algum tempo.
Como estava com dor e queria ver alguma coisa para me distrair, decidi assistir Arquivo X do começo, algo que planejava fazer há algum tempo. No fim, fiquei com dor e com medo, mas valeu a pena assistir ao programa do início e acompanhar a história com calma.
Arquivo X tem alguns dos melhores episódios que já assisti, tanto da narrativa central da série, quanto de histórias que não fazem parte do enredo principal. Intitulado O Prometeu Pós-Moderno, o episódio cinco da quinta temporada é simplesmente fantástico.
Continuo tendo medo da abertura e evito ver determinados episódios a noite.
texto ótimo! bônus pelo gosto musical
Eternal é incrivel, voce pensa não tem como taemin superar taemin, mas ele sempre se supera