Sem ordem de importância, listei os discos, filmes e séries que mais gostei em 2022. Enquanto montava minha lista, percebi o óbvio: consumi muita música e série durante o ano, mas foquei minha atenção em produções cinematográficas que não foram lançadas em 2022.
Por isso, não estranhe a falta de filmes do ano passado na lista de favoritos. Essencialmente, revi diversas produções porque queria e/ou precisava para a elaboração do podcast Mais Que um Filme. Além disso, passei boa parte do ano me aventurando por produções asiáticas, especialmente séries — em alguns casos, as produções não foram lançadas em 2022, mas estão na lista.
Discos:
Gasoline, do Key
Solista e membro do Shinee, Key entregou em 2021 Bad Love, meu disco favorito do ano. Estava muito ansiosa pelo comeback do artista e não me decepcionei. Gasoline é uma mistura de diferentes estilos musicais e todos funcionam perfeitamente na voz de Key. É uma missão impossível escolher apenas uma canção do álbum (sempre indico o disco inteiro ou 90% das canções), então sugiro que você tire um tempo para ouvi-lo.
Porém, se precisar começar de algum lugar, assista ao MV de Gasoline, um dos melhores e mais criativos do ano, além de uma das canções mais viciantes que ouvi em 2022. Outra dica é assistir a apresentação de Another Life, canção que originalmente estaria em Bad Love, mas, por algum motivo, entrou apenas em Gasoline.
Gasoline apenas consolidou Key como um dos meus artistas favoritos.
WHEE, da Wheein
WHEE é o primeiro disco da solista e membro do Mamamoo Wheein após a artista sair da RBW Entertainment e assinar contrato com a THE L1VE, agência fundada pelo rapper Ravi. Um dos discos que mais ouvi no ano, WHEE valoriza os vocais inacreditáveis da cantora com músicas deliciosas e reconfortantes, a cara dela. É incrível ver Wheein confortável em uma nova casa e ainda seguindo no grupo.
Para minha mais profunda alegria, todas as canções ganharam MVs ou vídeos especiais de performance. A dica é começar por Make Me Happy, a música de trabalho do disco.
6equence, da Moonbyul
Falando em Mamamoo, a Moonbyul lançou inacreditáveis três trabalhos solos em 2022, além de um álbum com o Mamamoo — a maior trabalhadora da Coreia, sim. Entre esses trabalhos, está 6equence, um disco que narra a história de um relacionamento do começo ao fim.
Com canções com Shutdown (música sobre o relacionamento entre duas mulheres), For Me e ddu ddu ddu, Moonbyul finalmente foi capaz de mostrar que é uma cantora incrível, além de uma rapper fantástica. Assim como WHEE, todas as canções ganharam MVs ou vídeos especiais de performance. A dica é começar com Shutdown.
容 : FACE, da Solar
Olha só, outro membro do Mamamoo na lista… Depois de dois anos (ou quase isso), Solar finalmente voltou com um disco solo recheado de canções de diferentes gêneros. Honey, a música de trabalho deste álbum, é completamente viciante e dá vontade de sair dançando — fora que o MV é basicamente a Solar sendo a mulher mais bonita do mundo. Comece ouvindo Honey e depois ouça RAW, seguida de chap chap. Para ouvir o disco todo é um pulo.
Solar seguiu o exemplo das companheiras de grupo e também disponibilizou apresentações de todas as canções do álbum.
Dice, do Onew
Sem dúvida, Dice foi o disco que mais ouvi em 2022. Estava triste? Ouvia Dice. Estava feliz? Ouvia Dice. Precisava de ânimo? Opa, Dice. Uma musiquinha para trabalhar? Play em Dice. Solista e líder do Shinee, Onew fez um disco que me deu conforto e se tornou meu refúgio musical.
Fugindo um pouco das baladas características do artistas, Dice tem as músicas mais dançantes da carreira solo de Onew, começando pela canção-título que ganhou o MV mais fofo do ano.
A dica é começar com canção-título Dice e simplesmente ouvir o álbum inteiro. De nada!
Sector 17, do Seventeen
2022 foi o ano que finalmente descobri o Seventeen direito. Apesar de HOME;RUN estar na minha lista de mais ouvidas de 2021, ainda não tinha me aventurado de verdade nas canções do grupo.
Cheers, canção dos líderes S.Coups, Hoshi e Woozi, me atraiu para o grupo e me fez finalmente buscar o disco mais recente, que acabou sendo Sector 17. Um repackage de Face The Sun, Sector 17 tem algumas das melhores músicas do ano e merece atenção. Ouça Cheers e passe para HOT. Divirta-se!
MIC ON, do Mamamoo
Com três de quatro membros do grupo na lista — cadê disco novo, Hwasa? —, o próprio Mamamoo não poderia ficar de fora. O esperado comeback do grupo tem apenas três músicas, mas todas deliciosas e super divertidas, um grande presente do Mamamoo para os fãs. Sem dúvida, as canções que mais ouvi no final do ano — MIC ON saiu no começo de novembro e ainda conseguiu entrar na lista de músicas mais ouvidas de 2022.
Como o mini álbum tem apenas três canções, apenas ouça as três e divirta-se — ei, comece pelo MV de ILLELLA! Atualmente, o Mamamoo está em turnê mundial e espero de coração que elas passem pelo Brasil em um futuro próximo.
Chase, do Minho
War is over! Depois de 14 anos de carreira como membro do Shinee, Minho finalmente lançou o primeiro álbum solo. Chase é um álbum com muito R&B que me surpreendeu pela qualidade de todas as canções. Além da canção-título — uma batida ridiculamente viciante e um refrão deliciosamente grudento —, Prove It e Waterfall, com participação de Lim Kim, são destaques do disco. Comece pelo MV de Chase. ;)
Oddinary, do Stray Kids
Olhando a minha lista de mais ouvidos de cada mês no TIDAL, lembrei que Stray Kids foi meu grupo mais ouvido de julho. E a culpa é de Oddinary, álbum lançado em março de 2022 que me levou a ouvir com calma as canções do grupo.
Um dos discos mais divertidos do ano, passei dias ouvindo Venom, Maniac e Charmer constantemente, além de descobrir trabalhos lançados pelo grupo ao longo do ano. Apesar de gostar de Maxident, o trabalho de estúdio mais recente do grupo não superou a exploração sonora de Oddinary.
Magic Man, do Jackson Wang
Jackson Wang from China passou o ano inteiro entregando MVs incríveis de canções que estariam em Magic Mac. Não tinha como o segundo álbum de estúdio do cantor e rapper de Hong Kong ser ruim.
Misturando soul, rock, pop sintetizador e algo que lembra o grunge, Magic Man é uma viagem sonora de um artista que passou boa parte da vida artística profundamente envolvido com k-pop e estava pronto para explorar o mundo. Se existia qualquer dúvida de que Jackson é um artista, ela foi esclarecida em Magic Man. Ouça Blow e divirta-se!
Ouça a playlist com as 50 canções favoritas de 2022. No TIDAL e no Spotify.
Filmes e séries:
O Predador: A Caçada
Uma das surpresas do ano, O Predador: A Caçada é um dos filmes mais divertidos de 2022. Ambientado nos tempos pré-coloniais dos EUA, a história segue Naru (Amber Midthunder), uma guerreira hábil que luta para ganhar o direito de proteger a própria tribo. Enquanto enfrenta a visão sobre a posição que deve exercer na tribo, Naru é confrontada pela natureza, colonizadores perigosos e por uma criatura alienígena que caça humanos por esporte.
Com ação e violência na medida certa, O Predador: A Caçada é um dos melhores filmes da franquia Predador, que já passou por altos e baixos — e baixos bem baixos…
Falei bastante sobre a produção no Cinemático 315, com os queridos Carlos Merigo, Alexandre Maron, Ieda Marcondes e Pedro Strazza.
Crimes do Futuro
Tenho um amor profundo pela cinematografia de David Cronenberg e não me surpreendi por gostar de Crimes do Futuro, filme escrito e dirigido pelo cineasta canadense.
A história segue o célebre artista Saul Tenser (Viggo Mortensen) que, ao lado da parceira Caprice (Léa Seydoux), mostra publicamente a metamorfose dos próprios órgãos em apresentações. Além dos admiradores, as ações de Saul são acompanhadas por uma jovem investigadora (Kristen Stewart) e um misterioso grupo que se dedica a esclarecer e promover a próxima fase da evolução humana.
Sai da sessão de Crimes do Futuro completamente atordoada e passei dias pensando sobre a visão transumanista extrema que o filme explora, especialmente a constante busca por se aceitar e a dor da negação. Uma paulada.
Glass Onion: Um Mistério Knives Out
Rian Johnson é meu pastor e nada me faltará. Após o incrível Entre Facas e Segredos, o cineasta retornou ao universo do detetive Benoit Blanc com um whodunnit — o popular Quem Matou?, uma narrativa que consiste no assassinato de um personagem, desencadeando a investigação sobre o responsável pelo crime.
No novo filme, o ricaço Miles Bron (Edward Norton) convida os amigos para uma ilha para jogar um jogo de detetive. No entanto, um assassinato real acontece e as coisas saem do controle, tornando todos suspeitos pelo crime.
Glass Onion: Um Mistério Knives Out apresenta uma trama divertida e envolvente que me deixou ligada durante a história, exatamente como o primeiro filme. A trama entrega personagens horrorosos que são incrivelmente reais…
Drive My Car
Um filme de 2021 na lista? Sim, assisti em 2022, então vale. Presente na minha lista de favoritos de março, Drive My Car é um daqueles filmes que eu não sabia exatamente como me sentir no final da sessão.
Adaptado de um conto homônimo de Haruki Murakami, o filme acompanha o ator e diretor de teatro Yusuke Kafuku (Hidetoshi Nishijima), convidado para encenar Tio Vânia de Tchécov em um festival de teatro em Hiroshima. No carro em que se desloca, conduzido pela discreta jovem Misaki (Toko Miura), Kafuku confronta-se com o passado e o mistério sobre a sua mulher, Oto, que morreu subitamente levando um segredo com ela.
Drive My Car é uma porrada emocional que leva um tempo para ser digerida, mas nem sempre os filmes são feitos para nos colocar em posições confortáveis. Hamaguchi fez um filme impecável sobre lutar contra a perda, se apegar na culpa e permanecer em luto perpétuo, sem a chance de cicatrizar. Doeu mais do que imaginei que doeria.
The Untamed
The Untamed entra na lista de séries que Tik Tok me influenciou a assistir. Disponível na Netflix, a série chinesa é baseada no livro Mo Dao Zu Shi, escrito por Mo Xiang Tong Xiu, acompanha a história de Wei Wuxian (Xiao Zhan), um cultivador — uma espécie de feiticeiro(?) desse universo — que vive em um mundo mágico dominado pela rivalidade entre clãs.
Na sinopse oficial da Netflix, a série é descrita como a história de “duas almas gêmeas [que] enfrentam disputas e traições para resolver o mistério de um trágico evento do passado”. The Untamed é isso, mas também muito mais. Talvez, a enorme sinopse do livro se aproxime mais do que é a história:
“Como o grande mestre fundador da Cultivação Demoníaca, Wei Wuxian percorreu o mundo de maneira devassa, sendo odiado por milhões pelo caos que criou. No final, ele foi traído pelo seu querido Shidi (irmão mais novo) e morto pelos poderosos clãs que combinaram seus poderes para derrotá-lo. Ele encarna no corpo de um lunático que foi abandonado pelo próprio clã e, mais tarde, é capturado pelo famoso cultivador Lan WangJi (Wang Yibo), seu ‘arqui-inimigo’.
Isso marca o início de uma emocionante e hilariante jornada de ataques de monstros, resolução de mistérios e educação (monitoria) de crianças. A partir do flerte mútuo ao longo da jornada, Wei Wuxian percebe aos poucos que Lan WangJi, com uma orgulhosa e indiferente cara de poker, mantém mais sentimentos por ele do que deixa transparecer.”
The Untamed tem 50 episódios que percorrem o passado e o presente de Wei Wuxian, especialmente os motivos que o levaram a fazer cada escolha e se tornar tão odiado. O vício na série me levou para os livros, que devorei com uma velocidade alarmante. Talvez uma das histórias mais dolorosas que li na vida, Mo Dao Zu Shi é uma trama recheada de ação, humor, vingança, política, perda e romance — que a censura chinesa retirou da série de forma explícita, mas ainda existem vestígios da relação entre os dois.
Veja a série na Netflix (ou o Viki de graça, com propaganda) e compre Mo Dao Zu Shi: O Fundador da Cultivação Demoníaca - Livro 1 e Mo Dao Zu Shi: O Fundador da Cultivação Demoníaca - Livro 2 traduzidos em português na Amazon.
Blueming
Falando em romance, Blueming é uma das séries mais bonitinhas do ano. A produção sul-coreana segue Cha Si Won (Kang Eun Bin), um jovem que percebe logo cedo como padrão estético impulsiona a popularidade das pessoas. Preocupado em ser querido no primeiro ano da faculdade, ele mantém um regime pessoal restrito e adota uma personalidade diferente.
No entanto, logo Cha Si Won conhece Hyeong Da Un (Jo Hyuk-joon), um jovem endinheirado com aparência perfeita que parece não se esforçar para chamar atenção. Mesmo com a confiança abalada, Cha Si Won começa a ver Hyeong Da Un com outros olhos, modificando a relação entre a dupla.
Baseado na webtoon Who Can Define Popularity, Blueming é uma ótima série sobre como traumas infantis podem mudar nossa percepção sobre nós mesmos e o mundo. Com delicadeza, a história expõe como as ações dos dois personagens reflete o ambiente familiar em que cresceram. Aos poucos, a dupla descobre que o fruto das próprias inquietações está na mesma questão: aceitação.
Disponível no iQIYI com legenda em espanhol e inglês.
Semantic Error
Também da Coreia do Sul, Semantic Error é baseado em um livro homônimo escrito por Jeo Soo-ri. A história acompanha Chu Sang-Woo (Park Jae-chan), um estudante de ciência da computação que é a personificação de uma pessoa inflexível e rigorosa.
Como parte de um trabalho universitário, ele é instruído a trabalhar em um projeto em grupo com estudantes de artes, que não ajudam durante o atividade. Após fazer o projeto inteiro sozinho, Chu Sang-Woo decide entregar o trabalho sem os nomes dos colegas.
A ação causa problemas nas perspectivas acadêmicas de Jang Jae Young (Park Seo-ham), um aluno de design do último ano que precisa da nota para concluir a aula. Com personalidade oposta de Chu Sang-Woo, o extrovertido e divertido jovem decide atormentar o novo rival até que eles são forçados a trabalhar juntos novamente.
Com uma história leve, Semantic Error é uma das séries mais viciantes que vi em 2022. Não existe nada muito profundo ou dramático nas ações dos personagens, apenas duas pessoas completamente diferentes que percebem que sentem atração uma pela outra. Fofa na medida certa e ótima para relaxar.
Disponível no Viki de graça, com propaganda.
Not Me
Saindo da Coreia do Sul e indo para a Tailândia, Not Me foi uma das surpresas do ano. Baseado no livro homônimo escrito por Thanutnun Vitsivakun, a trama gira em torno de White (Atthaphan Phunsawat), um jovem que se disfarça do irmão gêmeo Black para descobrir que está por trás do ataque que o colocou em coma. Em busca da verdade, White se envolve com uma gangue que deseja revelar ao mundo os crimes cometidos por um respeitado empresário.
Com uma temática muito política, Not Me expõe os problemas sociais tailandeses, especialmente o autoritarismo de um regime militar e monarquico, corrupção e abuso de poder, além de discriminação por orientação sexual e identidade de gênero. Mesmo que o enredo misterioso envolvendo os irmãos gêmeos não seja excepcional, a busca por uma sociedade mais justa e inclusiva torna a história mais atraente.
Disponível no YouTube com legenda em português.
My Love Mix-Up!
Baseado em um mangá homônimo escrito por Wataru Hinekure e ilustrado por Aruko, Kieta Hatsukoi (ou My Love Mix-Up!) é uma comédia romântica ridiculamente divertida sobre Sota Aoki (Shunsuke Michieda), um garoto que tem uma queda pela colega de classe Mio Hashimoto (Riko Fukumoto). Porém, ele não tem coragem de dizer como se sente.
Um dia, Aoki descobre que Hashimoto escreveu o nome do colega de sala Kousuke Ida (Ren Meguro) na borracha que usa. Arrasado, ele deixa cair o objeto e, para seu azar, Ida pega a borracha e entrega para Aoki. Entretanto, Ida lê o próprio nome no objeto e acredita que o colega de classe gosta dele.
O primeiro episódio de My Love Mix-Up! resume bem como a série é completamente nonsense e divertida. Com a quantidade certa de drama, a história é uma grande demonstração de como relacionamentos saudáveis — e pessoas emocionalmente saudáveis! — deveriam ser.
Disponível de graça, com propaganda, no Viki.
To My Star (1ª e 2ª temporada)
Dor é a melhor e mais honesta definição para To My Star, especialmente a segunda temporada. Voltando para a Coreia do Sul, a história acompanha o Kang Seo Joon (Son Woo Hyun), um ator que já foi uma das maiores e mais populares estrelas do país, mas está com a carreira em declínio.
Apesar da queda de popularidade, ele acredita que a sorte mudou quando conhece e se apaixonada por um jovem e arrojado cozinheiro chefe chamado Han Ji Woo (Kim Kang Min). Com personalidades totalmente diferentes, a dupla precisa descobrir como as visões de vida e amor de cada um deve ditar o relacionamento.
To My Star é uma paulada que só os dramas coreanos podem oferecer. A série mostra como é difícil manter um relacionamento sem comprometimento, diálogo e dedicação. Nem todo amor do mundo segura uma relação sem espaço para conciliação.