Elementos se torna a melhor estreia do Disney+ em 2023
Campanhas do Oscar; Netflix comprando filmes adoidado; e mais...
De acordo com a Disney, Elementos teve 26,4 milhões de visualizações em todo o mundo nos primeiros cinco dias disponível no Disney+. Assim como a Netflix, o Disney+ divide o tempo total de exibição pelo tempo de execução do título.
A empresa não revelou os dados de Red: Crescer é uma Fera, mas afirma que Elementos ostenta a melhor abertura de um filme de animação desde a produção dirigida por Domee Shi, que estreou diretamente no streaming em março de 2022.
Para exercício de comparação, a Disney divulgou na semana passada que o live-action A Pequena Sereia conseguiu 16 milhões de visualizações nos primeiros cinco dias, enquanto a estreia de Ahsoka acumulou 14 milhões no mesmo período.
Dirigido por Peter Sohn, Elementos se passa em uma cidade onde os habitantes de fogo, água, terra e ar convivem. Uma jovem mulher flamejante e um rapaz de água descobrem algo surpreendente, porém elementar: o quanto eles têm em comum.
Com a jornada mais surpreendente do ano, Elementos começou de forma desfavorável com a pior estreia para um filme da Pixar, mas ganhou atenção do público gradualmente e conseguiu uma arrecadação sólida de US$ 484 milhões globalmente.
Oscar
Segundo apuração exclusiva da Variety, Lily Gladstone fará campanha para o Oscar de melhor atriz pela atuação em Assassinos da Lua das Flores, novo filme de Martin Scorsese. A atriz fará campanha ao lado de Leonardo DiCaprio, que também atuou como produtor executivo do filme.
Baseado em Killers of the Flower Moon: The Osage Murders and the Birth of the FBI — livro de não ficção escrito por David Grann em 2017 —, o filme conta a trágica história real de membros da tribo Osage que foram assassinados após petróleo ser encontrado nas terras dos nativos americanos. A produção foca na experiência indígena, especialmente no contexto dos horríveis acontecimentos.
Com Gladstone fora da categoria melhor atriz coadjuvante — campanha inicialmente projetada por especialistas —, a corrida está aberta para atrizes que desejam ocupar o lugar da então favorita.
Assassinos da Lua das Flores concorrerá em todas as categorias no Oscar, incluindo melhor filme, direção, atuações, roteiro adaptado (Eric Roth e Scorsese), design de produção (Jack Fish e Adam Willis), fotografia (Rodrigo Prieto), figurino (Jacqueline West), edição (Thelma Schoonmaker), maquiagem e penteado (a anunciar), som (a anunciar), efeitos visuais (a anunciar) e trilha sonora original (do falecido Robbie Robertson).
Histórico
Na história da Academia, apenas três mulheres indígenas foram indicadas para melhor atriz: Merle Oberon por The Dark Angel [1935], Keisha Castle-Hughes por Encantadora de Baleias [2003] e Yalitza Aparicio por Roma [2018]. Nenhuma dessas mulheres nasceram nos EUA — Oberon era anglo-indiana, Castle-Hughes é neozelandesa e Aparicio é mexicana.
Nenhuma atriz indígena nascida nos EUA ganhou um prêmio SAG ou Critics Choice, nem mesmo foi indicada pelos grupos.
Falando em Oscar…
A Netflix confirmou à Variety que fará campanha para Natalie Portman e Julianne Moore para a temporada de premiações por May December, novo filme de Todd Haynes. O streamer e a campanha de cada atriz decidiram que Portman será submetida para consideração na categoria melhor atriz, enquanto Moore disputará uma vaga como atriz coadjuvante.
Por motivos de estratégia, é raro duas atrizes em papéis de destaque no mesmo filme concorrerem na mesma categoria. Há apenas cinco casos de duas mulheres sendo indicadas para o mesmo filme nos 95 anos de história do Oscar. O último caso foi Geena Davis e Susan Sarandon por Thelma & Louise [1991].
May December conta a história de uma atriz, Elizabeth Berry (Portman), que interpretará Gracie Atherton-Yoo (Moore), uma mulher da Geórgia que se tornou uma figura notória nos jornais quando se envolveu em um relacionamento sexual com um garoto de 12 anos chamado Joe. Vinte anos após o escândalo, Elizabeth visita Gracie e Joe (Charles Melton), agora com 36 anos, para se preparar para seu papel, expondo as fraturas sob a superfície cuidadosamente construída.
Se Portman for creditada como produtora entre aqueles que seriam elegíveis para receber uma indicação de melhor filme, ela seria uma das três mulheres este ano buscando indicações duplas para atuação e produção — Margot Robbie por Barbie e Emma Stone por Poor Things completam a lista. Frances McDormand é a única mulher indicada nas categorias de melhor filme e atriz no mesmo ano por Nomadland [2020]. Ela venceu as duas categorias.
Derrota
O ator indiano Anil Kapoor ganhou um julgamento histórico contra a inteligência artificial. A estrela entrou com uma ação no Supremo Tribunal de Delhi por meio do advogado Ameet Naik para proteção dos direitos de personalidade, incluindo nome, imagem, semelhança, voz e outros atributos de personalidade contra qualquer uso indevido, incluindo na mídia digital.
Fornecendo vários casos de uso indevido dos atributos do ator, o tribunal concedeu uma ordem reconhecendo os direitos de personalidade de Kapoor e proibindo todos os infratores de usarem indevidamente qualquer atributo do ator. A ordem protege os direitos do ator em todos os modos e meios de comunicação em todo o mundo.
Kapoor decidiu abrir o processo devido ao grande número de vídeos modificados e emojis com a imagem do ator, bem como a frase icônica “jhakaas”, usada pela primeira vez no filme Yudh [1985] — a frase agora está protegida pela ordem judicial.
Favorito
A Netflix adquiriu o documentário American Symphony, filme de Matthew Heineman que retrata a vida do cantor, compositor e pianista Jon Batiste. O filme segue o músico enquanto ele experimenta o maior sucesso profissional da carreira ao mesmo tempo em que enfrenta o maior desafio pessoal — a esposa Suleika Jaouad está lutando contra a leucemia.
American Symphony será lançado este ano e o streamer fará uma grande campanha para a temporada de premiações. Atualmente com um contrato inicial com a Netflix, a produtora Higher Ground, de Barack e Michelle Obama, está a bordo do projeto.
Recentemente, o documentário fez a estreia mundial no Telluride Film Festival, mas permanece sem data de estreia comercial.
Falando em Netflix…
A Netflix comprou os direitos de Hit Man, filme dirigido por Richard Linklater e co-escrito por Glen Powell. Após a exibição da produção em Festival Internacional de Cinema de Veneza, o filme despertou o interesse de vários compradores, principalmente os serviços de streaming — a Netflix fechou um acordo de US$ 20 milhões.
Hit Man conta a história de um professor de psicologia bem-educado (Powell) que se passa por um assassino disfarçado para a polícia de Nova Orleans. Quando ele quebra o protocolo para ajudar uma mulher desesperada (Adria Arjona) que tenta fugir de um namorado abusivo, ele se vê se tornando uma de suas falsas personas, se apaixonando pela mulher e flertando com a possibilidade de se tornar um criminoso.
O roteiro é baseado em um artigo escrito por Skip Hollandsworth sobre criminosos reais, publicado em 2001 pela revista Texas Monthly — Linklater trabalhou com Hollandsworth em Bernie: Quase um Anjo [2011].
Sem um acordo provisório com o SAG-AFTRA, os eventos de publicidade de Hit Man foram assumidos por Linklater. Por enquanto, o filme não tem data de estreia — e estúdios e sindicatos permanecem sem acordo.
Estreia
A MUBI anunciou que Passagens estreará na plataforma em 6 de outubro. Dirigido por Ira Sachs e produzido por Saïd Ben Saïd, o drama conta a história de Tomas (Franz Rogowski) e Martin (Ben Whishaw), um casal gay que tem o relacionamento abalado quando Tomas começa um caso apaixonado com Agathe (Adèle Exarchopoulos).
Atualmente, Passagens está em cartaz nos cinemas brasileiros.
Sucessão
Em comunicado divulgado na quinta-feira, o Studio Ghibli anunciou que se tornará uma subsidiária da Nippon Television Network Corp. Os conselhos de administração de ambas as empresas concordaram que a rede se tornará a principal acionista, com participação de 42,3% — nenhum detalhe financeiro foi fornecido.
A Nippon TV disse que enviará executivos para apoiar a gestão da Ghibli, mas honrará a independência criativa do estúdio, que permanecerá focado em animação e outros projetos artísticos. Ghibli e Nippon TV tem um longo histórico de colaboração desde 1985, ano em que Nausicaä do Vale do Vento foi ao ar na TV. A empresa também ajudou a criar o museu dedicado às obras do Studio Ghibli em Tóquio.
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Nos vemos na próxima! Se cuidem e cuidem dos seus,
Júlia Gavillan
Fico feliz com a notícia. Elementos é um filme bem bacaninha, lá em casa assistimos mais de uma vez no Disney+ já (fora a ida ao cinema - ou seja, foi culpa nossa).