Disney ganha processo de plágio de Moana
Um júri de Los Angeles concluiu que a Disney não roubou a ideia da animação
Após deliberarem por mais de duas horas, um júri de Los Angeles decidiu que a Disney não infringiu os direitos autorais do animador Buck Woodall sobre Bucky and the Surfer Boy porque nenhum dos funcionários do estúdio jamais viu obras relacionados ao seu roteiro.
Woodall alegou que compartilhou materiais do seu filme com a cunhada de seu irmão, Jenny Marchick — agora chefe de desenvolvimento de longas da DreamWorks Animation —, que trabalhava para a Mandeville Films no lote da Disney na época. Ela supostamente perguntou sobre o fornecimento de mais materiais, incluindo designs de personagens, planos de produção e storyboards, garantindo a ele que poderia dar sinal verde para o filme.
O processo alegava que ela mostrou supostamente esses materiais para um indivíduo na Disney Animation TV, antes do início do desenvolvimento de Moana. No depoimento, Marchick testemunhou que estava “100% certa” de que nunca compartilhou nenhum material de Woodall com ninguém da Disney.
Diretor e roteirista de Moana, John Musker também negou as acusações de que ele e seu colaborador Ron Clements plagiaram os materiais de Woodall. Musker enfatizou que a história do filme pegou emprestado elementos dos próprios filmes da Disney que a dupla criou, incluindo A Pequena Sereia, Aladdin e Hércules — nos três filmes, os protagonistas perseveram em uma série de desafios para descobrir verdades significativas sobre si.
Composto por seis mulheres e dois homens, o júri viu cenas dos filmes para apoiar os argumentos de que as ideias supostamente roubadas podem ser encontradas na maioria das obras de Musker e Clements.
O único réu no caso foi a Buena Vista Home Entertainment, a divisão de distribuição de home video mundial da The Walt Disney Company. Woodall já havia tentado processar a Disney alegando plágio em 2020, mas o processo não foi para frente porque existe um estatuto de limitação de três anos por violação de direitos autorais. Como Moana foi lançado em 2016, o período para a abertura do processo já havia passado.
Com o lançamento de Moana 2, o animador entrou com um novo processo em janeiro acusando a Disney de roubar suas ideias. Ambas as obras, que têm como pano de fundo uma antiga vila polinésia, seguem adolescentes que desafiam seus pais embarcando em viagens perigosas para salvar suas família enquanto encontram espíritos manifestados como animais.
Woodall continua buscando reivindicações de violação de direitos autorais contra a Disney sobre a sequência de Moana, embora a decisão do júri neste caso possa indicar que ele não tem grandes chances. O animador deseja receber danos equivalentes a 2,5% da receita bruta do filme. Moana 2 garantiu quase US$ 460 milhões em bilheterias nos EUA, conseguindo mais de US$ 597 milhões em bilheterias ao redor do mundo.
Retorno
A Bleecker Street garantiu os direitos de distribuição nos EUA de Spinal Tap II: The End Continues. O acordo também garante os direitos de distribuição de Isto É Spinal Tap, originalmente lançado em 1984.
Ambos os filmes são dirigidos por Rob Reiner, com Christopher Guest, Michael McKean e Harry Shearer reprisando seus papéis como membros de uma banda de heavy metal fictícia inglesa chamada Spinal Tap. O novo filme acompanha a banda enquanto eles se reúnem após uma pausa de 15 anos para um show final.
Spinal Tap II: The End Continues terá amplo lançamento nos cinemas nos EUA em 12 de setembro, com Reiner também retornando no papel do documentarista Martin DiBergi. O filme ainda conta com participações especiais de Elton John, Paul McCartney, Garth Brooks e Trisha Yearwood.
O elenco da sequência inclui Paul Shaffer, Fran Drescher, Don Lake, John Michael Higgins, Nina Conti, Griffin Matthews, Kerry Godliman e Chris Addison. Bleecker Street também planeja um lançamento da edição restaurada de Isto É Spinal Tap nos EUA no verão norte-americano, seguido de reproduções no digital e no streaming.
Dos tabuleiros para a tela
John Francis Daley e Jonathan Goldstein fecharam um acordo para escrever um filme baseado no jogo Monopoly. O projeto está sendo produzido pela LuckyChap, Hasbro Entertainment e Lionsgate.
Um dos jogos de tabuleiro mais famosos do mundo, Monopoly foi criado em 1935 por Charles Darrow, um vencedor de sistemas de aquecimento desempregado que vivia na Pensilvânia. Com quase 1 bilhão de cópias vendidas, o jogo foi criado como uma forma de mostrar que a consolidação de riqueza é ruim para a saúde de qualquer economia.
Há algum tempo a Lionsgate tem planos para produzir um filme baseado no jogo, com outra versão do projeto tendo Kevin Hart como protagonista e Tim Story como diretor.
Evitando a fadiga (e fugindo do mundo real)
Segundo o THR, a Disney organizará a estreia do live-action de Branca de Neve sem o tradicional tapete vermelho. As festividades incluirão uma pré-festa com exibição do filme no El Capitan Theatre com a presença das atrizes Rachel Zegler e Gal Gadot.
No entanto, o tapete vermelho não terá veículos de comunicação geralmente convidados pela Disney para entrevistar o elenco e a equipe de produção. O estúdio optará por uma cobertura limitada a fotógrafos e uma equipe de comunicação da própria Disney.
A Disney não comentou sobre o assunto, mas os planos reduzidos surgem em meio a controvérsias em torno do filme dirigido por Marc Webb. Fãs tóxicos do estúdio questionaram a escolha de Zegler como Branca de Neve por ter uma família de origem colombiana. A atriz também enfrentou reações negativas quando chamou o filme original 1937 de “antiquado” porque o príncipe “literalmente persegue Branca de Neve”.
Em entrevista para a Variety na D23, Zegler chegou a dizer que o novo filme mostraria a protagonista sonhando em se tornar uma líder e não em encontrar um “amor verdadeiro”.
O live-action também enfrentou questionamentos de Peter Dinklage sobre a representação de pessoas com nanismo por perpetuar estereótipos negativos. Em resposta, a Disney declarou estar adotando uma abordagem diferente para os personagens e consultando pessoas com nanismo para evitar reforçar esses estereótipos.
Além das questões envolvendo o próprio filme, Branca de Neve também encontrou em colisão com a realidade, com as atrizes em lados diferentes politicamente. Enquanto Zegler publicou “Palestina Livre” nas redes sociais, Gadot, que é israelense, se tornou defensora de Israel nas redes sociais.
Em fevereiro, manifestantes pró-Palestina se reuniram do lado de fora do evento de estreia de Capitão América: Admirável Mundo Novo em Hollywood e pediram o boicote ao filme por incluir uma heroína israelense, interpretada pela atriz israelense Shira Haas.
Unidos
Os trabalhares de gerência de produção do Walt Disney Animation Studios ratificaram oficialmente seu primeiro contrato sindical com o estúdio. O acordo acontece após um intenso esforço de organização depois da maioria dos profissionais de produção votarem pela sindicalização em fevereiro de 2023 — ratificado esmagadoramente com 96% de participação e 93% de apoio.
A decisão confirmou a elegibilidade de coordenadores de produção em tempo integral, supervisores de produção e gerente de produção para se sindicalizarem com a International Alliance of Theatrical Stage Employees e The Animation Guild, IATSE Local 839.
Sob o contrato, os trabalhadores agora receberão proteções, incluindo pensão e benefícios de saúde. Além disso, aumentos salariais substanciais para os mínimos foram garantidos: um aumento de 24% para gerentes, um aumento de 29% para supervisores e um aumento de 35% para coordenadores — os trabalhadores mais mal pagos.
Atualmente, negociações estão em andamento com a DreamWorks Animation para seu primeiro contrato, marcando a segunda vez que os trabalhadores de gerência de produção de filmes se organizaram com a TAG — desta vez incluindo seus colegas de televisão.
Mudança
A presidente do Globo de Ouro, Helen Hoehne, anunciou inesperadamente aos votantes que, no futuro, os membros não receberão mais salários. A mudança foi revelada em uma reunião com cerca de 50 eleitores que eram membros da Hollywood Foreign Press Association e assinaram contratos com seus novos proprietários corporativos em junho de 2023, lhes dando direito a um salário-base de US$ 75.000 anualmente em um acordo de cinco anos.
Hoehne notificou os membros que eles receberiam uma indenização de US$ 102.500, já que o Globo de Ouro está mudando para eliminar gradualmente os pagamentos aos seus eleitores. Esses membros — todos os quais precisam se inscrever novamente para credenciamento a cada ano — tiveram a chance de permanecer como eleitores para a próxima temporada de 2026, mas não receberão futuros pagamentos.
Um porta-voz do Globo de Ouro descreve a mudança na política como um reconhecimento de que continuar pagando aos membros pode aumentar a percepção de parcialidade na votação. O representante também afirmou estar cumprindo integralmente as obrigações contratuais com os eleitores ao oferecer a indenização. Esses 50 membros votantes pagos são um subconjunto do corpo de votação do Globo de Ouro, que atualmente é composto por 300 membros representando 85 países.
Outras grandes premiações de Hollywood, como Oscar, Emmy e Grammy, não pagam seus eleitores, já que é considerado uma honra apenas fazer parte da Academia. No futuro, o Globo de Ouro operará sob uma lógica semelhante.
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