Crítica: Licorice Pizza
Olá, Oscar?
Talvez eu precise começar essa crítica dizendo que tenho verdadeira paixão pela filmografia de Paul Thomas Anderson. Um dos meus diretores favoritos da vida, PTA cria histórias com um estilo misterioso, jocoso e, principalmente, imprevisível. Por essas características, sempre espero que o cineasta me surpreenda com outro filme que entrará inevitavelmente na minha lista de melhores do ano. E adivinha? Licorice Pizza entrou na minha lista de melhores do ano — spoiler!
Como esperado, PTA entrega um filme completamente diferente da última produção lançada por ele em 2017, saindo de uma drama romântico psicológico intenso como Trama Fantasma para a divertida viagem pelas memórias e as borbulhas do primeiro amor de Licorice Pizza. Essa é a marca do cineasta: constantemente nos surpreender.
Parcialmente inspirado pelo amigo e produtor de longa data de Anderson, Gary Goetzman, Licorice Pizza é centrado em Gary (Cooper Hoffman), um adolescente precoce que está sempre em busca de oportunidades para ganhar dinheiro com algum novo empreendimento.
Um dia, Gary conhece e rapidamente se apaixonada por Alana (Alana Haim), uma adulta de 25 anos que trabalha em empregos temporários. Mesmo determinada a ignorá-lo, Alana acaba sendo atraída pela conexão entre os dois, embora deixe claro em termos inequívocos que não está interessada nele romanticamente. Abertamente atraído por Alana, a relação entre a dupla cresce a medida que Gary a envolve em seus negócios.
Situado na década de 1970 em Encino, distrito de Los Angeles, Licorice Pizza é uma deliciosa história vagamente alucinógena sobre amadurecimento com toques de comédia romântica, que se aprofunda na imprudência da juventude. Tendo crescido em Vale de São Fernando, região situada no noroeste da cidade de Los Angeles, o diretor explora as próprias raízes e abraça a cultura social do perímetro de Hollywood, onde pessoas comuns cruzam com celebridades enquanto tentam criar a própria sorte.
Habilidoso e no controle da história que quer contar, PTA sabe exatamente como tornar a complicada relação de amizade dos protagonistas um encontro de duas personalidades perfeitamente compatíveis, ignorando qualquer base sexual entre os dois — qualquer ponto sexual surge essencialmente dos pensamentos e anseios de um jovem cheio de hormônios incrivelmente interpretado pelo estrear Hoffman.
É cativante assistir como o relacionamento de Gary e Alana evolui aos trancos e barrancos, como duas pessoas profundamente conectadas que não conseguem se manter afastadas mesmo nos momentos de impaciência e tensão. Assim como toda a filmografia do diretor, Licorice Pizza retrata uma história muito particular com tons de primeiros amores e sonhos hollywoodianos.
