Academia é criticada por retirar categorias da transmissão ao vivo do Oscar
Netflix investe pesado na França, cinebiografia de Buster Keaton, novo ator em Blade e mais...
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas revelou aos membros que oito das 23 categorias do Oscar não serão apresentadas ao vivo durante a transmissão da cerimônia de 2022. Os anúncios das categorias de melhor curta documental, edição, maquiagem e penteado, trilha sonora original, design de produção, curta de animação, curta live-action e som serão gravados uma hora antes do início do evento ao vivo — os vídeos dos vencedores serão editados e exibidos como clipes durante a transmissão.
Na carta enviada aos membros da Academia, o presidente David Rubin afirmou que o novo plano permitirá mais tempo para clipes de filmes, números musicais e comédia(!) durante a premiação — Rubin afirma que a decisão foi tomada após conversas com membros da comunidade cinematográfica e a parceira de transmissão, a ABC.
Em 2019, a Academia tentou uma estratégia parecida ao anunciar que vários prêmios técnicos seriam apresentados durante os intervalos comerciais. A decisão causou uma forte reação de artistas de todas as áreas, afirmando que a escolha minimizada as contribuições dos profissionais. Não demorou para a Academia desistir da ideia.
Como esperado, a decisão desagradou…
Em condição de anonimato, uma pessoa presente na reunião que informou aos indicados a decisão da Academia contou à Variety que alguns ficaram horrorizados com a escolha. Fontes adicionais disseram à publicação que a reunião via Zoom foi convocada para “dar um toque pessoal às notícias” e mostrar respeito aos indicados.
Durante a conversa, vários indivíduos tentaram oferecer soluções alternativas para a decisão ou outras formas de tornar a premiação mais rápida. Porém, foram informados que essa era a decisão final e todas as sugestões foram rejeitadas. Com medo de revelar a identidade e prejudicar a campanha do Oscar, a fonte afirmou ser desrespeitoso rebaixá-los dessa maneira — entre os sindicatos, o American Cinema Editors e o Motion Picture Sound Editors criticaram abertamente a decisão.
Ao THR, membros anônimos da Academia afirmaram que a escolha “é um fiasco completo”, expressando que muitos estão infelizes em ver a organização “se curvando à rede” de transmissão da cerimônia. Para boa parte da indústria, o sentimento é que as oito categorias foram colocadas em uma posição inferior na premiação deste ano.
Por outro lado, alguns acreditam que a mudança é necessária para tornar a celebração “mais palpável” para o público. Grupos como Cinema Audio Society e Art Directors Guild optaram por apoiar a Academia, afirmando que permanecerão celebrando os indicados em seus respectivos segmentos.
Com apresentação de Regina Hall, Amy Schumer e Wanda Sykes, a 94ª cerimônia do Oscar acontece em 27 de março.
Officiellement bienvenue
A Netflix chegou a um acordo com os sindicatos de cinema franceses para investimento em produções do país. Se comprometendo a desembolsar €40 milhões (US $ 45 milhões), o valor será direcionado para pelo menos dez filmes franceses e europeus nos próximos três anos — o acordo garante que €30 milhões de euros (US$ 34 milhões) sejam destinados a filmes em francês.
Concordando em investir pelo menos 4% da receita líquida anual na França em produções cinematográficas do país e europeias, todos os filmes apoiados pela Netflix sob o acordo vão estrear nos cinemas franceses e serão lançados no streaming 15 meses depois — a Netflix terá uma janela de streaming exclusiva de sete meses desses filmes.
O contrato de três anos também inclui investimento de pelo menos 17% dos €40 milhões em filmes de baixo orçamento, definidos como produções com orçamentos inferiores a €4 milhões (US$ 4,54 milhões). O streamer também se comprometeu a pré-financiar dez filmes antes das filmagens começarem.
Assinado pelos sindicatos franceses ARP, BLIC e BLOC, que representam interesses criativos, produtores e proprietários de cinemas do país, esse é o primeiro acordo do tipo assinado na França — e na Europa — com um serviço de vídeo sob demanda (SVOD) por assinatura.
Anteriormente, a Netflix assinou um pacto com as autoridades de transmissão francesas para começar a investir 20% de suas receitas anuais em conteúdo francês, tanto televisivos como cinematográficos. O pacto foi assinado como parte do decreto que resultou da implementação da Diretiva de Serviços de Mídia Audiovisual (Avms).
Veja mais na sessão Investimento da publicação de dezembro:
Com o governo francês determinando que o streamer e as redes de TV da França investissem em conteúdo francês como requisito para operar no país, a Netflix se viu obrigada a assinar um acordo que permitisse a continuação do streaming na região. Entretanto, o streamer conseguiu uma vitória ao garantir que o governo diminuísse a tradicional longa janela de exclusividade de 36 meses — a mais longa da Europa.
Agora, a Netflix conseguirá retornar ao Festival de Cinema de Cannes, abandonado pelo streaming porque a organização exige que todos os títulos de competição tenham um lançamento nos cinemas franceses. Porém, segundo o próprio estúdio, esse retorno não acontecerá em 2022.
UÉ?
Na edição da semana passada, compartilhei a notícia sobre a Paramount Pictures ter anunciado estar trabalhando em mais um filme da franquia Star Trek. O anúncio feito pelo cineasta J.J. Abrams durante o Paramount Investors Day incluía o retorno de Chris Pine, Zachary Quinto, Simon Pegg, Karl Urban, Zoe Saldaña e John Cho ao universo.
Leia a sessão Vida longa e próspera:
Porém, segundo matéria publicada pelo THR, fontes disseram que a maioria — se não todas — as equipes de representantes dos principais atores da franquia não sabiam que o estúdio anunciaria outro filme. Para piorar, os representantes também não faziam a menor ideia que os clientes seriam apresentados como parte dele. Insiders disseram que Pine, que interpreta Kirk, é o primeiro ator a entrar em negociações iniciais, pois ele é o pivô do projeto.
A Paramount espera começar a filmar no próximo outono norte-americano para lançar o filme nos cinemas em dezembro de 2023. De acordo com fontes, o roteiro ainda está sendo trabalhado e não há luz verde ou orçamento para o projeto.
Uma lenda do cinema no cinema
A 20th Century Studios e o cineasta James Mangold estão desenvolvendo um filme sobre a vida da lenda do cinema mudo Buster Keaton. Baseado na biografia Buster Keaton: Cut to the Chase, publicada por Marion Meade em 1995, Mangold assumirá o posto de diretor e produtor do longa-metragem.
O livro de Meade explora as experiências muitas vezes brutais de Keaton como um ator mirim de vaudeville — um gênero de entretenimento de variedades muito popular no início dos anos 1880 ao início dos anos 1930 — a criação das obras-primas do ator, a vergonha pela falta de educação, além do alcoolismo e casamentos turbulentos da estrela.
Atualmente trabalhando na produção do quinto filme da franquia Indiana Jones, o filme sobre Keaton será o primeiro do atual contrato de Mangold com a 20th Century Studios.
Em notícias mais curtas…
Garantido
A Warner Bros. e a Sony Pictures conseguiram datas de lançamento na China de The Batman e Uncharted, respectivamente. A produção baseada na franquia de jogos chega aos cinemas chineses em 14 de março, enquanto o novo filme da DC estreia nos cinemas convencionais e no IMAX em 18 de março.
Em 2021, Hollywood enfrentou problemas com o fluxo de filmes norte-americanos estreando no país, causando furos consideráveis na arrecadação de produções que faturariam bem na China antes da pandemia. Este ano, os lançamentos retornaram com filmes como Encanto, Matrix Resurrections e Morte no Nilo, mas nenhuma produção conseguiu grandes ganhos na região. Enquanto isso, os filmes chineses ganharam ainda mais espaço nas bilheterias nacionais.
First look
Além de divulgarem as contratações de Alden Ehrenreich, David Krumholtz e Kenneth Branagh, a Universal Pictures e a Syncopy anunciaram o início das filmagens de Oppenheimer, próximo filme dirigido por Christopher Nolan. Para comemorar — e começar a criar expectativa —, a produção compartilhou a primeira imagem do ator Cillian Murphy como J. Robert Oppenheimer.
Na foto, Murphy é retratado olhando fixamente para câmera, enquanto fuma um cigarro. Oppenheimer era um fumante compulsivo diagnosticado com câncer de garganta que faleceu em decorrência da doença em 1967.
Adição
O ator Aaron Pierre entrou para o elenco de Blade, novo filme do MCU protagonizado por Mahershala Ali. Apesar de não divulgarem nenhum detalhe sobre o personagem de Pierre, relatos indicam que a Marvel Studios fez um longo processo de seleção para encontrar o ator ideal para o papel.
Antes de ser escalado para o novo trabalho, o ator foi escalado para ser a voz de Mufasa no filme prequel de O Rei Leão, que será dirigido por Barry Jenkins — Pierre está no elenco de The Underground Railroad, minissérie aclamada de Jenkins lançada pelo Prime Video em 2021.
Pierre é apenas a terceira adição oficial ao elenco de Blade. Em novembro, Delroy Lindo se juntou oficialmente ao reboot em um papel misterioso. Sem data de lançamento oficial definida, a produção será dirigida por Bassam Tariq a partir do roteiro de Stacy Osei-Kuffor.
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Até a próxima semana, se cuidem e cuidem dos seus,
Júlia Gavillan