Investidores processam Disney por supostamente ocultar custos de streaming
E as trilhas sonoras mais famosas do cinema.
Enquanto enfrenta oscilações nas ações, a Disney é alvo de outro processo alegando que enganou investidores sobre o sucesso do Disney+ ao ocultar os verdadeiros custos de operação da plataforma. A empresa é acusada de mentir sobre a extensão das perdas financeiras para atingir metas elevadas de crescimento de assinantes, além de alegar que o serviço de streaming estava no caminho certo para atingir lucratividade até o final de 2024.
O processo apresentado em 23 de agosto no tribunal federal da Califórnia é o terceiro arquivado por investidores que questionam os esforços da empresa para aumentar as assinaturas da plataforma de streaming. Atualmente, a Disney enfrenta um processo idêntico de investidores sobre um suposto “esquema de transferência de custos” na divisão de streaming — a TSG Entertainment Finance alega que a Disney obstruiu um acordo com a 20th Century Studios para “apoiar” o Disney+ e inflacionar o preço das ações.
No documento, investidores detalham um suposto esquema para “transferir custos inadequadamente” ao estrear conteúdo criado para o Disney+ em outras plataformas para movimentar os custos de marketing e produção.
A nova ação alega que os executivos da empresa esconderam as despesas e a dificuldade de manter o crescimento de assinantes, uma vez que sofria “custos surpreendentes” para criar conteúdo para o streaming. A denúncia afirma que, em um esforço para esconder as perdas, o ex-CEO Bob Chapek, o executivo Kareem Daniel e a ex-CFO Christine McCarthy transferiram séries para o Disney Channel, fazendo com que os desempenhos financeiros das produções parecessem melhor.
Inicialmente, A Misteriosa Sociedade Benedict e Doogie Kameāloha, M.D. foram anunciadas como originais do Disney+ e, mais tarde, transferidas para o canal linear do conglomerado de mídia. Com isso, os custos de produção e marketing também seriam transferidos para fora da divisão de streaming.
Os investidores também discordam das declarações do executivos que promovem os ganhos do serviço de streaming, citando comentários de Chapek feitos em dezembro de 2020 e a desaceleração do número de assinantes em 2021. Diferente das projeções dos executivos, o conglomerado informou em 2022 que perdeu as estimativas dos analistas por amplas margens em termos de receitas, vendas e lucros.
O processo também detalha a orientação da Disney para priorizar o streaming em meio à pandemia. Segundo a denúncia, as assinaturas do serviço de streaming dispararam durante o período e alcançaram um crescimento maior do que o previsto — 60 a 90 milhões até o final de 2024 —, ganhando 50 milhões de assinantes nos primeiros cinco meses e quase 74 milhões de assinantes no primeiro ano.
Diante deste cenário, Chapek decidiu “apostar tudo” na plataforma, anunciando uma enorme reorganização das operações de mídia e entretenimento da empresa. O processo diz que as atividades de distribuição e comercialização foram centralizadas na Disney Media and Entertainment Distribution (DMED), que se tornou essencialmente responsável pela monetização de todo o conteúdo globalmente.
Os investidores dizem que a reorganização representou um “afastamento dramático da estrutura histórica de relatório da Disney”, tirando o poder dos executivos focados em conteúdos criativos e centralizando em um novo grupo de relatórios. Antes disso, a Disney estava organizada em quatro segmentos, composto por redes de mídia, parques, entretenimento de estúdio e consumidor.
Após o retorno de Bob Iger, que também é citado na denúncia, a Disney devolveu o poder aos executivos criativos, incluindo as decisões de distribuição. O processo aponta a declaração de Iger sobre a importância de retomar a estrutura antiga como prova de que os comentários de Chapek tinham o objetivo de enganar os investidores.
Falando em Disney…
Seguindo o exemplo dos funcionários de VFX da Marvel, os trabalhadores de efeitos visuais da Walt Disney Pictures entraram com pedido de eleição junto ao National Labor Relations Board para permitir a sindicalização com a International Alliance of Theatrical Stage Employees.
Cerca de 80% dos 18 trabalhadores internos de efeitos visuais — incluindo organizadores de dados, operadores de câmeras e outras equipes de produção — já assinaram cartões de autorização afirmando o desejo de se sindicalizarem sob a IATSE.
Segundo a IATSE, uma eleição poderá ocorrer em duas a três semanas para os trabalhadores — os esforços de sindicalização da Disney e da Marvel envolvem profissionais empregados diretamente pelo estúdio. Se a maioria votar pela sindicalização, o estúdio seria então chamado a iniciar negociações de boa-fé para um contrato sindical. Por enquanto, a Disney não reconheceu voluntariamente o esforço.
Atualmente, os trabalhadores de efeitos visuais da Marvel estão votando pela criação de um sindicato próprio — as votações vão até 11 de setembro e, segundo o THR, a maioria dos profissionais já assinou os cartões de autorização.
Falando em processinho…
Um juiz distrital dos EUA rejeitou o processo de fãs de Ana de Armas contra a Universal, que alegava que o estúdio havia feito propaganda enganosa. No ano passado, Peter Michael Rosza e Conor Woulfe alegaram que assistiram o trailer de Yesterday e pensaram que a atriz desempenharia um papel importante na comédia romântica. Entretanto, ao alugar o filme, descobriram que ela não aparece a produção.
Apontando declarações falsas do estúdio, a acusação incluiu resultados de pesquisas online para provar que a atriz estava listada como membro do elenco. Porém, o tribunal concluiu que Woulfe, que alugou o filme pela segunda vez no Google Play acreditando que de Armas poderia aparecer em uma versão do diretor, “não tem legitimidade” para abrir um processo porque o “ferimento foi autoinfligido”.
O juiz decretou que Woulfe não assistiu Yesterday devido às declarações da Universal de que a atriz estaria no filme, além de acreditar que não havia motivos para o acusador supor que assistiram uma versão diferente do filme no Google Play.
De Armas foi inicialmente escalada para aparecer como um interesse amoroso de Himesh Patel, mas as cenas da atriz foram cortadas na versão final do filme. Apesar disso, o trailer mostra ela e Patel como destaque de uma cena.
You shall not pass!
A rádio britânica Classic FM realizou uma votação para o público escolher as 100 melhores trilhas sonoras de filme, como parte do Movie Music Hall of Fame realizado anualmente. Mais de 10 mil pessoas votaram na edição deste ano e o vencedor foi revelado por Jonathan Ross, antigo apresentador do programa de filmes da BBC.
Vencedora de três Oscars e quatro Grammys, a trilha sonora épica de Howard Shore para a trilogia O Senhor dos Anéis foi eleita a favorita pelo público, vencendo trilhas mais famosas, incluindo o trabalho de John Williams em Star Wars e Tubarão.
Ao ser informado pela vitória, Shore agradeceu os ouvintes da Classic FM e afirmou estar feliz por “aproximar o público um pouco mais da Terra Média de Tolkien”. Shore aparece novamente na lista com a trilha sonora de O Hobbit, ocupando o 80º lugar.
Mesmo não estando em primeiro lugar, a lista coloca Williams como o compositor mais popular do Reino Unido. Ele ocupa cinco lugares entre os 20 primeiros e está presente em 11 posições entre os 100 citados, incluindo A Lista de Schindler (2); a franquia Star Wars (3); franquia Jurassic Park (8); Harry Potter e a Pedra Filosofal (11); franquia Indiana Jones (13); O Resgate do Soldado Ryan (21); E.T. - O Extraterrestre (30); Tubarão (39); Superman - O Filme (47); Contatos Imediatos do Terceiro Grau (58); e Cavalo de Guerra (87).
O segundo mais citado é Hans Zimmer, com 10 trilhas sonoras no top 100, incluindo Gladiador (5); Interestelar (17); O Rei Leão (23); Inception (29); franquia Piratas do Caribe (31); O Amor não Tira Férias (52), franquia O Cavaleiro das Trevas (61); Dunkirk (70); 007 - Sem Tempo para Morrer (77); e O Código Da Vinci (85).
O terceiro mais citado foi o compositor britânico John Barry, com seis trilhas sonoras no top 100, incluindo Entre Dois Amores (4); Dança com Lobos (7); Em Algum Lugar do Passado (56), A História de Elsa (69), 007 - A Serviço Secreto de Sua Majestade (72); e 007 contra Goldfinger (76).
Cinco trabalhos de Ennio Morricone também entraram na lista, incluindo Três Homens em Conflito (9); A Missão (10); Cinema Paradiso (26); Era uma Vez no Oeste (49); e Era uma Vez na América (82).
Conheça o vinte primeiros colocados:
O Senhor dos Anéis (Howard Shore)
A Lista de Schindler (John Williams)
Star Wars (John Williams)
Entre Dois Amores (John Barry)
Gladiador (Hans Zimmer)
Wilde - O Primeiro Homem Moderno (Debbie Wiseman)
Dança com Lobos (John Barry)
Jurassic Park (John Williams)
Três Homens em Conflito (Ennio Morricone)
A Missão (Ennio Morricone)
Harry Potter e a Pedra Filosofal (John Williams)
Carruagem de fogo (Vangelis)
Indiana Jones (John Williams)
O Violinista que Veio do Mar (Nigel Hess)
Doutor Jivago (Maurice Jarre)
Sete Homens e Um Destino (Elmer Bernstein)
Interestelar (Hans Zimmer)
O Poderoso Chefão (Nino Rota)
Titanic (James Horner)
Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra (Klaus Badelt)
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Nos vemos na próxima! Se cuidem e cuidem dos seus,
Júlia Gavillan